Campanha ‘Março Lilás’ alerta para o terceiro tipo de tumor mais comum em mulheres
O mês da Mulher é comemorado em março, período em que a atenção à saúde feminina também merece evidência. Campanhas, como a do Março Lilás, ajudam a reforçar e conscientizar sobre o câncer de colo de útero, um dos tipos de tumor mais comuns entre as mulheres e que é altamente evitável mediante a adoção de alguns cuidados com a saúde, como a vacinação contra o HPV. A radio-oncologista da Oncoclínicas Uberlândia, Izabela Fernandes, esclarece aspectos da doença e detalha como é possível preveni-la.
O câncer de colo de útero é o terceiro tipo de tumor mais frequente, excetuando o câncer de pele não melanoma, e a quarta causa mais frequente de morte por câncer entre as mulheres. Somente este ano, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados cerca de 17.000 novos diagnósticos no Brasil. A fase inicial da doença costuma ser silenciosa, mas ao evoluir apresenta sintomas, como explica Izabela Fernandes. “O desenvolvimento do câncer de colo de útero é lento, e no início pode ser assintomático e posteriormente evoluir para quadros de sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal, ou em casos mais avançados, dor abdominal associada com queixas urinárias ou intestinais”, comenta.
Assim como diversos outros tipos de tumor, se detectado precocemente, os casos de câncer de colo de útero são curáveis quase na totalidade dos casos. Porém, mais importante do que reforçar o diagnóstico precoce, é destacar os meios de prevenir a doença. “Por meio de cuidados simples podemos evitar o câncer de colo de útero, como a vacinação contra o HPV, disponível na rede pública para que a imunização aconteça ainda na adolescência. Esta vem sendo reconhecida como uma das estratégias mais efetivas na redução do índice de casos deste tumor, além da realização do exame Papanicolau, que deve ser um hábito para a mulher”, conta a especialista da Oncoclínicas Uberlândia. Saiba mais sobre as formas de prevenção da doença:
Vacinação contra o HPV – Cerca de 90% dos casos de câncer de colo de útero podem ser atribuídos à infecção por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV), o que pode ser evitado, na maioria dos casos, com a vacina tetravalente. O imunizante faz parte do calendário vacinal na adolescência, disponibilizado na rede pública para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. A vacinação ainda beneficia na prevenção de outros tipos de câncer, também relacionados à infecção pelo HPV, como o de vulva, canal anal, garganta e pênis.
Exame Papanicolau – O teste é realizado para detectar alterações nas células do colo do útero, inclusive as pré-cancerígenas precoces, que quando tratadas são curadas em quase a totalidade dos casos. O Papanicolau deve ser feito periodicamente após o início da vida sexual. A recomendação do Ministério da Saúde é que as duas primeiras coletas do exame sejam feitas anualmente, e não havendo alterações, a avaliação pode ser feita a cada três anos.
Uso de preservativos – Utilizar camisinha durante as relações sexuais fornece um tipo de prevenção contra a infecção pelo HPV. A medida não evita totalmente a infecção pelo fato de não cobrirem todas as áreas possíveis do corpo infectadas pelo HPV, como a pele da área anal ou genital, porém ainda assim oferecem alguma proteção contra o vírus e ainda contra o HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis.
Não fumar – O tabagismo é outro fator relacionado ao aumento do risco de desenvolvimento da doença. Parar de fumar é uma forma de evitar o câncer de colo de útero e diversos outros tipos de tumor.