Projeto secreto da China aposta em chips de inteligência artificial para competir com líderes globais

A China intensificou seus esforços para reduzir a dependência tecnológica externa e entrar de forma mais agressiva na corrida global por chips de inteligência artificial. Um projeto considerado estratégico e mantido sob alto nível de sigilo pelo governo chinês vem sendo desenvolvido com o objetivo de criar semicondutores avançados capazes de competir com os produzidos por empresas líderes dos Estados Unidos e de outros países ocidentais.

Segundo informações divulgadas pelo jornal Economic Times, a iniciativa envolve uma articulação direta entre o Estado chinês, universidades de ponta, centros de pesquisa e grandes empresas do setor de tecnologia. O foco está no desenvolvimento de chips voltados especificamente para aplicações de inteligência artificial, como aprendizado de máquina, processamento de grandes volumes de dados e sistemas autônomos.

O projeto surge em um contexto de crescente tensão tecnológica entre China e Estados Unidos, marcado por restrições comerciais e limitações impostas à exportação de semicondutores avançados e equipamentos de fabricação. Diante desse cenário, Pequim tem acelerado investimentos bilionários para fortalecer sua cadeia produtiva nacional e garantir autonomia em áreas consideradas críticas para segurança nacional e competitividade econômica.

Especialistas ouvidos pelo Economic Times apontam que o avanço em chips de IA é visto pelo governo chinês como essencial não apenas para o setor tecnológico, mas também para áreas estratégicas como defesa, indústria, saúde, transporte e vigilância. A expectativa é que os novos semicondutores sejam capazes de atender à demanda interna e, no médio prazo, disputar espaço no mercado internacional.

Apesar do forte investimento, o desafio tecnológico permanece elevado. A produção de chips de última geração exige processos industriais extremamente sofisticados, nos quais poucas empresas no mundo dominam totalmente. Ainda assim, analistas avaliam que a China tem conseguido avanços graduais, especialmente por meio de soluções alternativas e inovações próprias para contornar limitações impostas por sanções internacionais.

O desenvolvimento do projeto reforça a disputa global por liderança em inteligência artificial, setor considerado decisivo para o futuro da economia digital. Com a iniciativa, a China sinaliza que pretende não apenas reduzir vulnerabilidades externas, mas também se posicionar como protagonista em uma das tecnologias mais estratégicas do século.

Fonte: Economic Times.

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