
Fonte imagem: InfoMoney (2018).
O mercado de criptoativos vive um momento de “tensão controlada”. Após um período de volatilidade, o Bitcoin (BTC) sinalizou uma tentativa de recuperação, registrando uma alta de 1,82%. No entanto, apesar do movimento positivo, a principal moeda digital do mundo ainda encontra dificuldades para romper e se estabilizar acima do patamar dos US$ 90 mil.
A marca de US$ 90.000 tornou-se o grande divisor de águas para os investidores neste final de 2025. Para os analistas técnicos, essa é uma zona de forte resistência.
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Realização de Lucros: Sempre que o preço se aproxima desse nível, muitos investidores que compraram na baixa optam por vender para garantir ganhos, o que gera uma pressão vendedora que impede o avanço.
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Apetite ao Risco: Para romper essa barreira, o mercado precisa de um “gatilho” — uma notícia ou dado econômico que injete confiança suficiente para que os compradores superem os vendedores.
Esse movimento não é um fato isolado, mas sim o reflexo de um mercado que está “prendendo a respiração” à espera de sinais macroeconômicos mais claros vindos dos Estados Unidos.
O grande motor dessa tentativa de recuperação é a expectativa em torno da política monetária americana. Como vimos na última “Superquarta”, o Federal Reserve (Fed) cortou os juros para o intervalo de 3,5% a 3,75%.
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Ativos de Risco (Risk-on): Historicamente, o Bitcoin se comporta como um ativo de risco. Quando os juros nos EUA caem (ou param de subir), o dólar tende a perder força e os investidores buscam retornos maiores em ativos como ações de tecnologia e criptomoedas.
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Liquidez Global: Juros menores significam mais liquidez no sistema. Parte desse capital “extra” acaba fluindo para o mercado cripto, servindo de combustível para a valorização.
A recuperação de 1,82% hoje mostra que o investidor está se posicionando antes da divulgação de novos dados de inflação (CPI) e de emprego nos EUA.
Se os dados mostrarem que a economia americana está esfriando sem entrar em recessão (o chamado “pouso suave”), a confiança aumentará, e o Bitcoin poderá finalmente deixar a casa dos US$ 80 mil para trás. Por outro lado, qualquer sinal de repique inflacionário pode levar o BTC de volta para patamares de suporte mais baixos. O Bitcoin está tentando provar que sua tese de valor permanece sólida, mesmo em um cenário onde o Brasil mantém juros reais altíssimos e os EUA tentam recalibrar sua economia.

