Aposta no crescimento? Governo confirma salário mínimo de R$ 1.621 para 2026

O governo federal confirmou a projeção para o novo valor do salário mínimo em 2026: R$ 1.621. O número representa um reajuste nominal de aproximadamente 6,68% sobre o valor atual de R$ 1.518, e está em linha com a nova política de valorização permanente do mínimo.

Fonte imagem: TV Foco (2025).

A confirmação, no entanto, depende da formalização de um pedido de ajuste no orçamento de 2026 a ser enviado ao Congresso, uma vez que o valor final é determinado por uma fórmula rígida que busca repor o poder de compra e distribuir os ganhos de crescimento.

A nova política de valorização do salário mínimo, implementada pelo governo, utiliza uma fórmula de cálculo composta por dois elementos principais:

  1. Reposição da Inflação (INPC): O primeiro e mais importante componente é a reposição integral do poder de compra do trabalhador, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado no ano anterior.

  2. Ganho Real (Crescimento do PIB): O valor é acrescido da variação positiva do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores.

O valor de R$ 1.621 reflete a projeção da inflação (cerca de 4,5% a 5%) mais um ganho real estimado com base no desempenho do PIB. O ganho real é crucial, pois é o que permite ao trabalhador ter, de fato, um aumento no poder de compra, e não apenas uma correção monetária.

O reajuste do salário mínimo tem um impacto significativo em múltiplas esferas da economia:

  • Impacto Fiscal: O aumento do salário mínimo eleva despesas federais vinculadas, como benefícios previdenciários (aposentadorias, pensões), o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o seguro-desemprego. O aumento de 6,68% implica um custo adicional bilionário para os cofres públicos, o que reforça a necessidade de um ajuste fiscal rigoroso.

  • Estímulo ao Consumo: Por outro lado, a valorização do mínimo injeta diretamente mais dinheiro na base da pirâmide social, onde a propensão marginal a consumir é alta. Isso significa que a maior parte desse dinheiro volta rapidamente para o comércio, atuando como um estímulo robusto ao consumo e ao crescimento do PIB.

O desafio do governo é equilibrar o imperativo social de valorizar o mínimo, garantindo ganho real, com a necessidade de manter as contas públicas sob controle para não pressionar a inflação nem os juros futuros.

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