Transição ambiental pode render US$ 20 trilhões anuais à economia global, aponta relatório da ONU

Um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) conclui que transformar os sistemas econômicos, energéticos, alimentares e ambientais do planeta poderia gerar ganhos de até US$ 20 trilhões por ano à economia global até 2070. A estimativa consta na sétima edição do Global Environment Outlook (GEO‑7), considerada a mais abrangente avaliação científica já feita sobre o estado do meio ambiente mundial.

Segundo o relatório, a adoção de um modelo econômico baseado em economia circular, descarbonização da energia, agricultura sustentável, restauração de ecossistemas e redução de poluição poderia evitar milhões de mortes prematuras, tirar centenas de milhões de pessoas da pobreza e da fome, além de impulsionar a economia global de forma duradoura.

A análise aponta que as transformações necessárias devem abranger cinco sistemas‑chave: economia e finanças; materiais e resíduos; energia; sistemas alimentares; e meio ambiente. Para que os ganhos previstos se concretizem, é preciso repensar a forma como sociedade e governos utilizam recursos naturais e conduzem suas políticas de desenvolvimento.

Segundo a diretora-executiva do PNUMA, a transição demanda um esforço coletivo e coordenado globalmente. Ela afirma que não se trata de um desafio apenas para órgãos ambientais, mas para todos os setores da sociedade e economias, alertando que o custo da inação é muito superior ao investimento necessário.

O relatório também recomenda que as nações adotem métricas além do Produto Interno Bruto (PIB), considerando o capital natural e a saúde humana como parte vital da avaliação de progresso econômico. A mudança seria fundamental para garantir um futuro sustentável, equilibrando prosperidade, justiça social e preservação do planeta.

Com esse novo horizonte, a proposta da ONU reforça que clima, meio ambiente e economia não são fronteiras separadas — e sim partes interdependentes de um mesmo sistema. Investir no planeta é, antes de tudo, investir no futuro da humanidade.

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