
A Ucrânia e seus principais aliados europeus finalizaram uma versão revisada do plano de paz que será enviada aos Estados Unidos nos próximos dias, em meio ao esforço por uma saída diplomática para o conflito com a Rússia. O anúncio foi feito pelo presidente Volodymyr Zelenskyy, que afirmou que os documentos passaram por ajustes importantes após uma rodada de negociações em Londres. Segundo a Reuters, a proposta atualizada reduz de 28 para 20 os pontos originalmente previstos, mas mantém a posição central de Kiev: a integridade territorial do país não é negociável.
De acordo com o jornal The Guardian, o pacote diplomático é estruturado em três frentes: o plano-quadro de paz, um acordo de garantias de segurança e um plano de reconstrução nacional. A meta é apresentar aos EUA um documento mais coeso, capaz de acelerar o debate internacional, mas sem abrir brechas para concessões territoriais que, segundo Zelenskyy, colocariam em risco a soberania ucraniana.
As garantias de segurança são consideradas o eixo mais sensível da proposta. Conforme destacou o Kyiv Independent, a Ucrânia exige compromissos firmes e formais dos parceiros internacionais para impedir que a Rússia retome ataques após um eventual cessar-fogo — especialmente diante das pressões externas para que o país aceite um acordo rápido. A The Star noticiou que Washington tem reforçado à Ucrânia e à Europa a necessidade de apresentar soluções viáveis para encerrar o conflito, mas Kiev insiste que qualquer negociação deve assegurar estabilidade duradoura.
Apesar do avanço diplomático, o impasse territorial segue como principal ponto de tensão. A agência APA lembrou que Zelenskyy reafirmou que nenhuma proposta contempla cessão de áreas ocupadas, incluindo Donbas e Crimeia, o que mantém a distância entre as posições ucranianas e russas. Já a Reuters informou que o governo ucraniano pressiona por sinais concretos de Moscou sobre disposição de reduzir os ataques e se comprometer com um processo real de pacificação, algo que ainda não ocorreu.
A nova rodada diplomática é vista como uma das mais relevantes desde o início da guerra. Segundo o The Guardian, os próximos movimentos dos EUA serão determinantes para saber se o plano avançará ou se outras revisões deverão ser solicitadas. Para a Europa, trata-se de uma oportunidade de reforçar unidade política e estratégica em um momento de crescente instabilidade regional.

