Atualização sobre operação policial nos Complexo do Alemão e Complexo da Penha — 30/10/2025

O Rio de Janeiro enfrenta nesta quinta-feira (30) as consequências da operação policial mais violenta já registrada no estado. Segundo informações da Associated Press (AP), o número de mortos chegou a 121 pessoas, incluindo quatro policiais. A ação, deflagrada na última terça-feira (29) nos Complexos do Alemão e da Penha, teve como alvo a facção Comando Vermelho, responsável por controlar o tráfico de drogas e armas em parte da capital fluminense.

De acordo com a Reuters, a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro estima que o total de vítimas possa chegar a 132, uma vez que ainda há corpos sem identificação e registros de desaparecidos. Aproximadamente 2,5 mil agentes participaram da operação, que contou com o uso de blindados, helicópteros e unidades de elite das polícias Civil, Militar e Federal.

As forças de segurança afirmam que o objetivo era desarticular o comando logístico da facção e prender lideranças envolvidas em roubos de carga e tráfico de armas. Segundo a AP News, dezenas de suspeitos foram presos, e foram apreendidas armas de alto calibre, munições e drogas.

O cenário após a operação é de forte tensão nas comunidades. Moradores relatam dificuldades de acesso a serviços básicos e interrupções em escolas e comércios locais. Organizações de direitos humanos, citadas pela Reuters, apontam indícios de execuções sumárias e pedem investigação sobre o uso da força e possíveis abusos durante a ação.

O governo do Rio de Janeiro defende a legalidade da operação e afirma que se tratou de uma resposta necessária ao avanço do crime organizado. Já a Organização das Nações Unidas (ONU) manifestou preocupação com a letalidade da ação e pediu que o caso seja apurado de forma transparente e independente.

De acordo com levantamentos da Reuters, esta é oficialmente a operação policial mais letal da história do Brasil, superando a do Jacarezinho, em 2021, que havia deixado 28 mortos. Especialistas em segurança pública alertam para o risco de escalada de violência nas próximas semanas, com possíveis represálias e novos confrontos nas favelas da capital.

As investigações seguem em andamento sob acompanhamento da Procuradoria-Geral da República e da Defensoria Pública do Estado. A expectativa é que um relatório preliminar com a identificação das vítimas e circunstâncias das mortes seja divulgado nos próximos dias.

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