Rede de clubes de luta neonazistas está sob monitoramento internacional

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Serviços de inteligência dos Estados Unidos e da Europa intensificaram o monitoramento de uma rede transnacional de clubes de luta com inspiração neonazista, conhecidos como Active Clubs. Segundo reportagem publicada pelo jornal britânico The Guardian, esses grupos vêm se expandindo em vários países e são vistos como uma nova forma de mobilização da extrema direita global.

De acordo com a investigação, os Active Clubs operam sob a aparência de academias de artes marciais e grupos de condicionamento físico, mas funcionam também como espaços de doutrinação ideológica. O jornal aponta que os participantes compartilham conteúdos de supremacia branca, nacionalismo extremista e mensagens antidemocráticas, promovendo o recrutamento de jovens por meio das redes sociais.

Autoridades de segurança citadas pela The Guardian afirmam que há indícios de conexões entre esses clubes em Estados Unidos, Alemanha, Ucrânia, Polônia e países escandinavos, com intercâmbio de material, financiamento e treinamento. O movimento teria se fortalecido nos últimos anos, impulsionado por plataformas digitais que dificultam o rastreamento das comunicações.

A publicação destaca ainda que o FBI e a Europol acompanham de perto a atuação desses grupos, considerados uma “ameaça emergente” à segurança interna. Segundo o jornal, há preocupação de que o formato descentralizado e a fachada esportiva dos clubes dificultem a aplicação da lei e a identificação de células violentas.

O relatório obtido pela The Guardian também alerta que o fenômeno representa uma mudança de estratégia entre extremistas, que passaram a adotar símbolos menos explícitos e um discurso voltado à masculinidade e ao treinamento físico como forma de atrair novos integrantes.

Especialistas em segurança consultados pelo jornal afirmam que o desafio agora é desenvolver políticas de prevenção e monitoramento digital mais eficazes, sem violar direitos civis, mas capazes de conter a expansão desses grupos.

Segundo a The Guardian, governos europeus e norte-americanos avaliam a criação de grupos de trabalho conjuntos para enfrentar o avanço dessa rede, que já preocupa órgãos de inteligência por seu alcance e poder de mobilização.

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