Trump avalia cortes de servidores em meio ao prolongamento do shutdown nos EUA

Paralisação parcial do governo chega ao sexto dia; impasse entre democratas e republicanos aumenta pressão sobre a Casa Branca

O governo dos Estados Unidos completa nesta segunda-feira (6) seis dias de shutdown, após o Congresso não aprovar o orçamento para o novo ano fiscal. A paralisação parcial mantém suspensas as atividades de órgãos considerados “não essenciais” e afeta centenas de milhares de servidores federais em todo o país.

Serviços básicos como Previdência Social e Medicare continuam funcionando, mas diversas agências já alertaram para atrasos em atendimentos e processamento de benefícios. Estimativas apontam que até 750 mil funcionários públicos podem ser colocados em licença temporária (furlough) enquanto durar o impasse.

Um dos setores mais afetados é o de imigração. Segundo o advogado e professor de pós-graduação – Dr. Vinicius Bicalho, membro da American Immigration Lawyers Association (AILA), a falta de orçamento compromete o andamento de processos e amplia a insegurança jurídica: “A ausência de orçamento não faz com que a imigração paralise, mas cria atrasos pela escassez de recursos e previsibilidade. No meu próprio processo de green card, enfrentei travas durante um shutdown. Nossa expectativa é que a paralisação não se prolongue para evitar prejuízos aos clientes que aguardam seus processos”, afirmou.

Companhias aéreas norte-americanas também alertaram para possíveis atrasos e cancelamentos de voos, em razão da redução de pessoal em setores de segurança e controle aéreo. Passageiros estrangeiros e turistas podem ser diretamente afetados nos próximos dias.

Em meio ao impasse político, um assessor da Casa Branca informou neste domingo (5) que o governo avalia iniciar cortes de funcionários federais caso o presidente Donald Trump conclua que as negociações com os democratas no Congresso não avancem.

As conversas seguem travadas, e o clima em Washington é de tensão crescente. Trump sinalizou um possível endurecimento da postura nas próximas horas, caso não haja progresso nas tratativas orçamentárias.

O eventual início das demissões em massa adiciona nova pressão sobre a administração federal e aumenta a incerteza sobre a duração do shutdown — o mais grave desde o retorno de Trump à Casa Branca.

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