Vamos falar sobre planejamento financeiro e bem-estar mental?

O mês de setembro foi marcado pela campanha do “setembro amarelo”, que tem como intuito a conscientização sobre a prevenção do suicídio. Mas porque não abordarmos sobre a perspectiva de valorização da vida? Uma campanha que incentiva o diálogo sobre saúde mental, sobre equilíbrio entre corpo, mente e alma, para que seja possível viver e não apenas sobreviver! Mas por que falar de valorização da vida, em uma coluna sobre economia? Em um país em desenvolvimento, como o Brasil, em que grande parte da população não teve uma base de ensino sólida sobre finanças e economia, o dinheiro, por essência, é um estressor, que produz ameaça ao bem-estar, principalmente, quando há escassez. Desse modo, uma preocupação financeira pode impactar a vida profissional, os relacionamentos familiares e com amigos, repercutindo negativamente não apenas na saúde mental, mas também, em casos extremos, na saúde física.

A relação existente entre saúde mental e saúde financeira é uma preocupação significativa no nosso país, ainda mais se levarmos em consideração o mapa do endividamento e da inadimplência no Brasil. Taxas de juros alta (SELIC 15,0%), poder de compra corroído pela inflação (5,13% nos últimos 12 meses), somados à baixa instrução sobre finanças e economia, têm levado as famílias brasileiras ao endividamento e muitas vezes, à inadimplência, ou seja, ao aumento das contas em atraso. A esse respeito, de acordo com o último levantamento do Banco Central, as famílias brasileiras comprometem cerca de 30% da renda com dívidas, percentual considerado alto. Além disso, 78,5% dos brasileiros possuem algum tipo de dívida (quando se antecipa o consumo de algo, como por exemplo, com o uso de cartão de crédito) e a inadimplência atinge mais de 30,0% da população.

Há estudos que demonstram que práticas financeiras saudáveis estão associadas a níveis mais altos de bem-estar emocional. Quando os indivíduos têm acesso ao conhecimento e colocam em prática todo o aprendizado, conseguem estabelecer metas financeiras claras, além de criarem orçamentos realistas e buscarem orientação para realizarem investimentos sólidos, que são importantes para reduzir as incertezas. Eventos externos, como por exemplo, uma mudança no cenário econômico, falecimento de um ente familiar, desemprego, guerras, podem impactar as finanças de várias famílias. Por isso, se educar financeiramente, ter uma reserva financeira, realizar um planejamento, gastar menos do que ganha, buscar ajuda para realizar investimentos e buscar soluções financeiras, são importantes para que mesmo diante de adversidades, seja possível manter a saúde mental. Uma vida financeira planejada pode ser um escudo eficaz para a sua saúde mental, ao fortalecer sua autoestima e aumentar sua confiança na capacidade de enfrentar desafios financeiros, contribuindo para a promoção do bem-estar mental.

E você, o que tem feito, no âmbito financeiro, para sua saúde mental?

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