Um gole amargo: café com preço em ascensão

Fonte Imagem: Revista Cafeicultura (2024)

Atenção, amantes do café! A notícia que circulou em 25 de setembro de 2025 é um balde de água fria — ou, no nosso caso, uma xícara de café mais aguado. A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) alertou para um novo aumento que pode chegar a 15% no valor do produto nas prateleiras dos supermercados nos próximos dias.

Este reajuste não é um evento isolado, mas sim a continuação de uma tendência de alta que tem apertado o bolso do consumidor. O café torrado e moído, item fundamental na mesa do brasileiro, já acumula aumentos significativos ao longo do ano. Mas o que está por trás dessa escalada?

Diversos fatores conjugaram para este cenário, tornando a matéria-prima mais cara para a indústria, que, por sua vez, precisa repassar o custo:

  1. Impacto Climático Acumulado: Desde 2021, o Brasil — maior produtor mundial de café — tem enfrentado uma sequência de problemas climáticos severos, como geadas, secas e chuvas irregulares (influenciadas por fenômenos como El Niño e La Niña). Isso prejudicou safras consecutivas, reduzindo a oferta global do grão e dificultando a recuperação das lavouras.
  2. Estoques Reduzidos: A baixa produção em anos anteriores levou a uma queda nos estoques, o que naturalmente pressiona os preços para cima em um mercado que busca equilibrar a oferta e a demanda.
  3. Câmbio e Mercado Internacional: O preço do café é fortemente influenciado pelas cotações internacionais (como nas bolsas de Nova York e Londres). A valorização do café no mercado externo, somada à taxa de câmbio, torna a exportação mais atrativa, diminuindo a disponibilidade interna e, consequentemente, elevando os preços para o consumidor doméstico.
  4. Incertezas de Mercado: A Abic chegou a mencionar que incertezas em relação à posição de grandes players no mercado global, como os Estados Unidos, também adicionam um componente de risco e especulação, afetando os valores.

O resultado mais imediato desse encarecimento é a retração no consumo. Embora o café seja um hábito diário e de grande apreço nacional, o consumidor tem buscado alternativas, seja comprando embalagens menores ou optando por marcas mais acessíveis. O desafio da indústria é manter a demanda aquecida diante de um preço menos convidativo.

A boa notícia, porém, é que o mercado trabalha com a expectativa de uma safra recorde em 2026. Se essa previsão se confirmar, o cenário de preços poderá começar a se estabilizar ou até mesmo arrefecer no final do próximo ano, aliviando um pouco a pressão sobre o consumidor.

Por enquanto, resta-nos acompanhar as cotações, gerenciar o orçamento doméstico com inteligência e esperar que o aroma do café volte a ser sinônimo de um bom negócio, e não apenas de um custo crescente. E você, já notou o aumento do preço do seu café favorito? Quais estratégias tem adotado para lidar com esse reajuste?

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