Escassez de especialistas preocupa empresas e atrasa a adoção da tecnologia no Brasil e no mundo
A Inteligência Artificial (IA) deixou de ser apenas tendência para se consolidar como um dos pilares estratégicos da transformação digital. Porém, o avanço acelerado da tecnologia expõe um gargalo que preocupa empresas em todo o mundo: a falta de profissionais qualificados.
De acordo com pesquisa da consultoria Bain & Company, a procura por especialistas em IA cresce em torno de 21% ao ano, ritmo bem acima do observado em outras áreas de tecnologia. Esse desequilíbrio entre oferta e demanda tem provocado não apenas a valorização dos salários e benefícios, mas também uma disputa intensa por talentos entre companhias nacionais, multinacionais e até startups.
No Brasil, executivos relatam dificuldade crescente para contratar e reter profissionais com competências em ciência de dados, machine learning, engenharia de IA e automação de processos inteligentes. A escassez de mão de obra especializada já resulta em atrasos na implementação de soluções, limita a inovação e reduz ganhos de produtividade em setores-chave como indústria, saúde, varejo, agronegócio e serviços financeiros.
Especialistas defendem que o país precisa acelerar a formação de talentos, combinando cursos técnicos, programas universitários e iniciativas de requalificação profissional. A capacitação rápida e contínua é vista como essencial não apenas para atender às empresas, mas também para garantir que o Brasil mantenha competitividade em um cenário global em que a IA tende a redefinir modelos de negócio, cadeias produtivas e até o mercado de trabalho.
A disputa por profissionais também levanta outra questão: a necessidade de políticas públicas e parcerias entre setor privado, universidades e governos para expandir a base de talentos. Além de formar novos especialistas, será preciso investir em programas de atualização para trabalhadores de diferentes áreas, reduzindo o risco de exclusão digital.
Nesse contexto, empresas que conseguirem atrair e desenvolver equipes especializadas em IA estarão em vantagem estratégica, não apenas pela eficiência operacional, mas também pela capacidade de inovar e criar soluções que transformem mercados inteiros.
