Prévia da inflação em agosto é de -0,14%: quais os impactos no seu bolso?

Os números mais recentes da inflação, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trouxeram um respiro para o bolso do brasileiro. A prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) de agosto apresentou uma deflação de 0,14%. Esse resultado é o menor, desde setembro de 2022 (-0,37%) e a primeira deflação (queda do preço dos produtos e serviços) desde julho de 2023 (-0,07%). Essa notícia surtiu como um acalento para a população brasileira que vem sofrendo com a alta dos preços. Por mais que a queda seja considerada pequena, o histórico que temos é de aumento dos preços, como em julho que o índice da inflação subiu 0,33%. Além disso, a queda de 0,14% na inflação foi puxada por itens essenciais para o consumidor, como a alimentação e a energia elétrica. A redução da conta de energia elétrica foi de 4,93% resultado de medidas do governo. A queda do preço dos alimentos foi puxada pela manga (-20,99%), a batata inglesa (-18,77%), a cebola (-13,83%), o tomate (-7,71%), o arroz (-3,12%) e as carnes (-0,94%).

Para as empresas, a deflação apresenta um cenário de dupla face. Por um lado, a redução do preço de insumos e a estabilização de custos de produção podem aumentar a margem de lucro, permitindo que as empresas respirem após um período de alta de custos. Para as companhias do setor de varejo, a queda da inflação pode estimular o consumo, já que o poder de compra da população aumenta. Por outro lado, a deflação pode sinalizar uma desaceleração econômica, o que leva a uma cautela por parte dos empresários em relação a novos investimentos. Se a deflação persistir, as empresas podem enfrentar a necessidade de reduzir preços para manter a competitividade, o que pode pressionar suas receitas.

Apesar do alívio pontual, a deflação não é, por si só, um sinal de que todos os problemas foram resolvidos. É fundamental observar o cenário macroeconômico de forma abrangente. A queda da inflação pode, no longo prazo, impactar a política de juros do Banco Central, abrindo espaço para a redução da taxa Selic. Um corte nos juros pode baratear o crédito, estimular o investimento e impulsionar a economia. No entanto, é importante que essa deflação seja sustentável, e não resultado de uma desaceleração econômica aguda. A vigilância e o planejamento continuam sendo as melhores ferramentas para as famílias e empresas navegarem por esse cenário complexo, mas que, ao menos em um primeiro momento, vem para dar um fôlego.

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