Nossos bolsos estão em apuros, e os números não mentem. Uma pesquisa recente de Saúde Financeira e Bem-Estar do Trabalhador Brasileiro 2025, realizada pela SalaryFits revelou um dado alarmante: 54% das famílias brasileiras não conseguem fazer o salário durar até o fim do mês. É mais da metade da população que vive em um ciclo de aperto financeiro, onde o orçamento se esvai antes que as contas estejam todas pagas. Essa dificuldade, que abrange grande parte da população, é um sintoma de um problema mais profundo: o endividamento.
Fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2019/10/15/mercado-ja-ve-taxa-de-juros-a-4-em-2020.htm
O endividamento no Brasil atingiu níveis preocupantes. Em maio deste ano, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), também da CNC, mostrou que 78,8% das famílias brasileiras estão endividadas. Isso inclui o uso de cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês, empréstimos pessoais e financiamentos de carro ou casa. Ou seja, envolve a antecipação do consumo e a promessa de quitação dos valores posteriormente.
O cartão de crédito, em particular, quando não utilizado com sabedoria, pode se tornar uma armadilha. Muitos recorrem a ele para fechar as contas do mês, uma forma de prolongar o salário, entretanto, esse prolongamento é insustentável. Com juros exorbitantes, o que era para ser uma solução se torna um peso cada vez maior, empurrando as famílias para a inadimplência. Segundo dados da PEIC, a inadimplência, ou seja, o atraso no pagamento de dívidas, afeta 29,5% das famílias, um número que tem crescido nos últimos meses.
Mas quais as causas desse orçamento minguante? As razões para esse cenário são complexas, mas podemos destacar: a inflação, que corrói o poder de compra da população; a alta da SELIC, que influencia o aumento das demais taxas de juros na economia; a informalidade, que dificulta o planejamento financeiro e a construção de uma reserva para imprevistos; e a falta de uma educação financeira, desde o ensino básico que é primordial para que os indivíduos não caiam em armadilhas e saibam gerenciar suas finanças. Desse modo, o ajuste na economia é importante? Sim, com toda certeza! Inclusive, nos últimos meses, estamos acompanhando a reviravolta do Tarifaço de Trump, e quais os possíveis estragos na economia, principalmente para a população de baixa renda, como os pescadores no Ceará. Mas, precisamos de políticas mais inclusivas e que levem a educação financeira para a educação básica, pois não é possível resolver a inadimplência sem levar conhecimento a toda população, para que seja possível tomar decisões mais conscientes. Afinal, uma economia só é verdadeiramente forte quando os bolsos dos seus cidadãos também estão.