Fonte: o Globo (2024)
A semana foi de grande agitação no mercado, com a decisão do presidente Donald Trump de intervir no Federal Reserve (FED). A medida, que quebra uma longa tradição de independência da instituição, levanta uma série de preocupações sobre os rumos da política monetária americana. Historicamente, o FED atua de forma autônoma para controlar a inflação e manter a estabilidade econômica, e a intervenção presidencial é vista como um movimento que pode comprometer essa missão. A notícia reverberou imediatamente no valor do dólar, que viu sua cotação despencar frente a outras moedas globais, refletindo a incerteza e a falta de confiança dos investidores na nova gestão econômica.
O impacto dessa decisão sobre o dólar é um dos pontos de maior atenção. A desvalorização da moeda americana não se deu apenas pela intervenção em si, mas pela percepção de que as futuras decisões do FED podem ser influenciadas por interesses políticos, em vez de dados econômicos. O mercado se questiona se a inflação será de fato controlada ou se haverá uma flexibilização em prol do crescimento a curto prazo, o que poderia levar a um aumento de preços generalizado. Essa incerteza afastou os investidores, que buscaram refúgio em moedas consideradas mais estáveis, como o iene japonês e o franco suíço, além de ativos como o ouro.
Para as próximas semanas, a expectativa é de alta volatilidade. A decisão de Trump abre um precedente perigoso e os analistas aguardam os próximos passos do governo e do FED. A confiança na economia americana e no dólar vai depender muito de como essa nova dinâmica se desenrola. Se o FED conseguir demonstrar sua autonomia, mesmo sob pressão, o dólar pode se estabilizar. No entanto, se o controle político se tornar mais evidente, podemos esperar uma desvalorização ainda maior da moeda, com consequências não só para a economia americana, mas para o mercado financeiro global. É um momento de cautela para todos os investidores.