Tragédia no Golfo de Áden: ao menos 76 mortos e dezenas de desaparecidos após naufrágio no Iêmen

Pelo menos 76 pessoas morreram e dezenas seguem desaparecidas após o naufrágio de uma embarcação que transportava migrantes africanos no Golfo de Áden, ao largo da costa do Iêmen. O acidente ocorreu no domingo, 3 de agosto de 2025, e envolveu entre 154 e 157 pessoas, em sua maioria de nacionalidade etíope.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), 76 corpos já foram recuperados, 32 pessoas foram resgatadas com vida e o restante segue desaparecido. As autoridades locais informaram que 54 corpos foram encontrados na costa do distrito de Khanfar e outros 14 foram levados para o necrotério do hospital da cidade de Zinjibar, capital da província de Abyan.

O chefe da missão da OIM no Iêmen, Abdusattor Esoev, classificou o naufrágio como uma das tragédias marítimas mais letais registradas este ano na região. A agência da ONU ressaltou que a rota que cruza o estreito de Bab al-Mandab, entre o Chifre da África e a Península Arábica, é uma das mais perigosas do mundo, sendo amplamente utilizada por migrantes que tentam chegar a países do Golfo em busca de melhores condições de vida.

Segundo dados da OIM, ao longo de 2024 pelo menos 558 pessoas morreram nesta rota, das quais 462 em acidentes com embarcações superlotadas ou precárias. A organização destacou que as condições do mar no momento do naufrágio eram adversas, o que contribuiu para o afundamento.

Equipes de resgate continuam as buscas por desaparecidos. Especialistas em direitos humanos e agências humanitárias internacionais vêm alertando para o aumento do fluxo migratório pela região, impulsionado por pobreza extrema, conflitos armados e redes de tráfico de pessoas que exploram migrantes vulneráveis.

A tragédia reacende o debate sobre a urgência de políticas internacionais coordenadas para prevenir novas mortes e garantir a proteção de pessoas em situação de risco durante deslocamentos forçados.

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