Um novo levantamento divulgado pela Revista Exame revela que empresas com receita entre R$ 5 milhões e R$ 30 milhões estão entre as que mais crescem no país, impulsionadas por inovação, soluções regionais e uso estratégico de tecnologia. O estudo faz parte do ranking “Negócios em Expansão 2025”, realizado em parceria com o BTG Pactual e a PwC.
Entre os destaques da categoria, a empresa capixaba naPorta, sediada em Vitória (ES), liderou o ranking com um crescimento de impressionantes 3.995%, alcançando receita líquida de R$ 7 milhões em 2024. A companhia se especializou em realizar entregas de última milha em comunidades periféricas e áreas rurais, muitas vezes desassistidas de infraestrutura básica. O salto de faturamento se deu principalmente após o início da parceria com grandes marketplaces como Magalu, Amazon e Shopee.
Outro nome em evidência é a Navegam, empresa manauara que conecta entregas na Amazônia por vias fluviais, aéreas e rodoviárias. A empresa obteve um crescimento de 202%, com faturamento de R$ 17,4 milhões no último ano, posicionando-se como uma solução logística essencial na região Norte.
O ranking também evidenciou empresas que unem serviços tradicionais a propostas inovadoras. É o caso do Hub Plural, de Recife (PE), que faturou R$ 11,8 milhões com crescimento de 76%, oferecendo coworkings que funcionam também como hubs de serviços administrativos e engenharia para pequenos negócios. Já a Muv Rental, de Americana (SP), faturou R$ 10,5 milhões (alta de 86%) ao oferecer uma plataforma que conecta locadoras de máquinas a clientes com base em geolocalização e custo-benefício.
Outro destaque relevante é a Nanovetores, de Florianópolis (SC), especializada em nanotecnologia para as áreas de cosméticos, farmacêutica e têxtil. Com faturamento de R$ 21,5 milhões em 2024 e crescimento de 37%, a empresa já exporta para mais de 150 países e conta com o respaldo de investidores internacionais, como a multinacional Givaudan, que adquiriu participação na companhia em 2022.
Segundo a Exame, a edição de 2025 do ranking contou com 732 empresas inscritas de 25 estados brasileiros, das quais 470 foram classificadas com base na variação da Receita Operacional Líquida, validada por auditoria independente. Pela primeira vez, o levantamento incluiu um censo com os fundadores dos negócios ranqueados. Os dados mostram que 95% deles já utilizam algum tipo de inteligência artificial nas operações, e 18% afirmam estar em estágio avançado no uso da tecnologia.
Esses resultados evidenciam um movimento de descentralização do crescimento empresarial no Brasil, com empresas de fora do eixo Rio–São Paulo ocupando protagonismo e inovando com soluções adaptadas à realidade local, ao mesmo tempo em que se conectam a grandes mercados por meio da tecnologia.
