Brasileiros autoprojetam uma das mais altas expectativas de vida do mundo, aponta pesquisa global

Estudo internacional mostra que brasileiros esperam viver, em média, até os 80 anos – acima da média mundial. País também se destaca pela visão positiva em relação à velhice.

Os brasileiros estão entre os povos que mais acreditam em uma vida longa. É o que revela a pesquisa global “Attitudes to Ageing 2025”, conduzida pela Ipsos em 32 países. De acordo com o estudo, os brasileiros projetam viver até os 80 anos, superando a média global de 78 anos. Esse dado coloca o Brasil entre os países com a expectativa de vida autodeclarada mais alta do mundo.

Na outra ponta da lista, aparecem México (74 anos), Índia e Turquia (72 anos), além da Hungria, onde os entrevistados projetam viver apenas até os 64 anos. Curiosamente, na Hungria, a expectativa de vida autodeclarada é menor do que a idade considerada como início da velhice (65 anos), revelando um cenário de maior pessimismo populacional.

Quando começa a “terceira idade”?

A pesquisa também investigou a percepção sobre o início da velhice. No Brasil, a média ficou em 65 anos. Já na Europa, Itália e Espanha têm uma visão mais tardia sobre o envelhecimento, com a terceira idade sendo considerada a partir dos 73 anos. Em contrapartida, a Indonésia apresentou o menor índice: para os indonésios, a velhice começa aos 59 anos.

Com base nesses dados, os brasileiros esperam viver cerca de 15 anos na terceira idade – um dos maiores períodos registrados entre os países pesquisados. Apenas África do Sul (16 anos), Colômbia, Filipinas e Indonésia (17 anos) superam o Brasil nesse recorte.

Gerações mais jovens são menos otimistas

A pesquisa da Ipsos aponta ainda uma tendência geracional preocupante: as novas gerações acreditam que viverão menos do que seus antecessores. Enquanto os Baby Boomers e a Geração X estimam chegar aos 84 e 80 anos, respectivamente, os Millennials preveem viver até os 78 anos, e os GenZ, apenas até os 75 anos. O dado sugere uma visão mais pessimista dos jovens em relação ao futuro da longevidade.

Expectativa pela velhice: Brasil vai na contramão do mundo

Globalmente, a maioria dos entrevistados (57%) afirma não estar ansiosa pela chegada da velhice, enquanto 38% demonstram entusiasmo. Porém, o Brasil segue na direção contrária: 57% dos brasileiros dizem estar ansiosos para viver a terceira idade, contra 38% que não demonstram entusiasmo. O dado contrasta com a média mundial e reforça uma percepção cultural mais positiva do envelhecimento no país.

No recorte por gênero, também surgem diferenças: 59% das brasileiras e 55% dos brasileiros afirmam esperar com entusiasmo a chegada à terceira idade. A título de comparação, na Indonésia, o índice ultrapassa os 88% tanto entre homens quanto entre mulheres.

Mulheres, no geral, demonstram menos entusiasmo com a velhice do que os homens. Entre as Baby Boomers ao redor do mundo, apenas 29% das mulheres disseram esperar ansiosamente por essa fase, enquanto os homens da geração Z e Millennials apresentaram os índices mais altos de otimismo (46% e 44%, respectivamente).

Sobre a pesquisa

A pesquisa foi realizada entre os dias 24 de janeiro e 7 de fevereiro de 2025, por meio das plataformas Global Advisor e IndiaBus, com 23.745 adultos entrevistados. A amostragem variou de 500 a 1.000 pessoas por país, com idades entre 16 e 74 anos, dependendo do mercado.

Os dados foram ponderados para refletir melhor a composição demográfica de cada país, de acordo com os censos mais recentes. O intervalo de credibilidade da pesquisa é de +/- 3,5 pontos percentuais para amostras de 1.000 pessoas e +/- 5 pontos percentuais para amostras de 500 pessoas.

Sobre a Ipsos

A Ipsos é uma das maiores empresas independentes de pesquisa de mercado do mundo, com presença em 90 países, mais de 20.000 colaboradores e mais de 6.000 clientes globais. Especializada em comportamento do consumidor, opinião pública, marketing, mídia e experiências de marca, a Ipsos também é líder mundial em pesquisas eleitorais. A empresa oferece dados confiáveis e análises aprofundadas para apoiar a tomada de decisões estratégicas por empresas e instituições públicas.

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