Trump ordena movimentação de submarinos nucleares após declarações de Medvedev

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou o reposicionamento de dois submarinos nucleares norte-americanos após declarações feitas por Dmitry Medvedev, ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança do país. A medida, segundo Trump, é preventiva e visa garantir a segurança dos EUA diante do que classificou como “ameaças provocativas”.

“Com base nas declarações altamente provocativas do ex-presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, ordenei que dois submarinos nucleares fossem posicionados nas regiões apropriadas, caso essas declarações tolas e inflamáveis representem algo além de palavras”, afirmou Trump por meio de suas redes sociais, conforme publicado pela agência Reuters. O presidente também alertou que “as palavras são muito importantes e podem levar a consequências não intencionais”, e disse esperar que este “não seja um desses casos”.

As declarações de Medvedev ocorreram em resposta a recentes advertências dos EUA relacionadas ao conflito na Ucrânia. Ele mencionou o sistema soviético conhecido como “Dead Hand”, projetado para garantir a retaliação nuclear automática em caso de ataque ao território russo. Segundo ele, os EUA estariam conduzindo ações que colocam o mundo no “limiar de uma guerra direta”, conforme noticiado pela Associated Press (AP).

Segundo especialistas consultados pela própria Reuters, submarinos da classe Ohio – armados com mísseis balísticos Trident II – já realizam patrulhas regulares em áreas estratégicas. No entanto, o anúncio público feito por Trump tem caráter simbólico e visa enviar um sinal político à Rússia e à comunidade internacional.

Hans Kristensen, diretor do projeto de informação nuclear da Federação de Cientistas Americanos, afirmou à Reuters que, na prática, os submarinos nucleares já operam em prontidão máxima e que o “reposicionamento” pode se tratar de uma reafirmação da dissuasão existente, mais do que uma mudança operacional concreta. Daryl Kimball, da Arms Control Association, criticou a iniciativa e a classificou como “irresponsável” diante da instabilidade internacional.

Ainda segundo a Associated Press, o governo norte-americano está enviando seu representante especial Steve Witkoff a Moscou nos próximos dias, com a missão de pressionar por um cessar-fogo na Ucrânia. Caso não haja avanço até 8 de agosto, os Estados Unidos consideram ampliar as sanções contra a Rússia e seus aliados comerciais, incluindo medidas contra empresas da China e da Índia.

O contexto dessa movimentação também inclui o momento delicado da campanha presidencial norte-americana. Analistas políticos ouvidos pelo The Guardian destacam que o episódio serve para reforçar a imagem de Trump como líder firme em política externa, embora aumente o risco de instabilidade diplomática em meio a um cenário internacional já tenso.

O incidente marca mais um capítulo do atual impasse entre Washington e Moscou, que se intensificou nos últimos meses com a retomada das operações militares russas na região leste da Ucrânia. A resposta americana, segundo fontes diplomáticas, busca evitar a escalada para um confronto direto, mas não descarta ações militares em caso de ameaças mais explícitas

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