Trump assina ordem executiva para justificar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros

No dia 30 de julho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que eleva para 50% as tarifas sobre diversos produtos importados do Brasil. A medida foi fundamentada com base em uma lei de emergência econômica de 1977 e se justifica, segundo a Casa Branca, por supostas violações à liberdade de expressão e ao devido processo legal no Brasil, especialmente ligadas às ações judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Apesar de os Estados Unidos terem registrado um superávit comercial com o Brasil em 2024, Trump argumenta que há uma “emergência nacional” em curso, vinculando o sistema judiciário brasileiro à perseguição de opositores políticos e ao que chamou de “censura de plataformas digitais”, embora nenhuma rede social tenha sido explicitamente mencionada na ordem. A informação foi divulgada pelas agências Associated Press e Reuters, e confirmada por uma nota oficial do governo norte-americano.

A ordem executiva exclui setores estratégicos como aviação civil, alumínio, madeira, energia e fertilizantes — decisão tomada, segundo o governo, para minimizar impactos sobre áreas críticas da economia americana. Os novos tributos devem entrar em vigor sete dias após a assinatura do documento.

Na mesma data, o Departamento do Tesouro dos EUA também anunciou sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes. Ele é acusado pela administração Trump de suprimir a liberdade de expressão e perseguir aliados políticos do ex-presidente Bolsonaro.

A resposta do governo brasileiro veio poucas horas depois. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a decisão como inaceitável, afirmou que o Brasil é uma nação soberana e que “não aceita tutela estrangeira sobre o funcionamento de suas instituições”. Lula também prometeu avaliar medidas de reciprocidade comercial e denunciou a tentativa de ingerência norte-americana nos assuntos internos do país.

Segundo o Wall Street Journal e a ABC News, essa é uma das medidas mais contundentes adotadas por Trump contra um parceiro sul-americano desde seu retorno ao poder. Para analistas políticos citados pela Al Jazeera e pela NDTV, a decisão tem clara motivação política e representa um aprofundamento das tensões entre Washington e Brasília.

Economistas consultados pelo Financial Times e pela The Economist alertaram que os setores mais afetados serão os de café, carne bovina, celulose e minerais, podendo causar perdas significativas na balança comercial brasileira. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nota classificando a medida como “arbitrária e danosa”, e pediu ação imediata do Itamaraty junto à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Especialistas também apontam que a medida pode acelerar o realinhamento estratégico do Brasil em direção a outros mercados, especialmente China e União Europeia, num momento em que o país busca diversificar parcerias e reduzir a dependência das exportações para os EUA.

A ordem executiva de Trump reabre debates sobre o uso de instrumentos comerciais como ferramenta de pressão política e representa um novo ponto de tensão em um cenário internacional já marcado por conflitos e disputas geopolíticas em diversas frentes.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *