(Foto: reprodução / USGS)
Um forte terremoto de magnitude 8,8 atingiu nesta quarta-feira (30) a Península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). O epicentro foi localizado no fundo do mar, a cerca de 119 quilômetros da cidade de Petropavlovsk-Kamchatsky, com profundidade estimada em 19 quilômetros. A força do tremor provocou alertas de tsunami em diversos países do Pacífico.
Segundo a agência Associated Press, ondas com altura entre três e cinco metros atingiram áreas costeiras da região, incluindo o porto de Severo-Kurilsk, nas Ilhas Curilas, arrastando embarcações e causando inundações em instalações industriais e residenciais. As autoridades locais confirmaram danos estruturais moderados e relataram ferimentos leves, mas até o momento não há registro de vítimas fatais.
O Ministério para Situações de Emergência da Rússia decretou estado de emergência em distritos afetados e iniciou evacuação de milhares de pessoas em áreas costeiras. O governador da região de Kamchatka afirmou que este foi o terremoto mais forte registrado na região nas últimas décadas. Ainda segundo o governo local, um jardim de infância foi parcialmente destruído pelo tremor.
Em comunicado, o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico (PTWC) emitiu alertas para diversos países ao redor do oceano, incluindo Japão, Filipinas, Havaí, Alasca, México, Equador, Chile e Nova Zelândia. Algumas regiões do Japão registraram elevação anormal do nível do mar, com ondas de até dois metros, o que levou à evacuação de milhares de moradores em áreas litorâneas. Não foram relatados danos graves fora da Rússia até o momento.
De acordo com a Reuters, o terremoto ocorreu em uma das zonas mais ativas do chamado Círculo de Fogo do Pacífico, onde a movimentação das placas tectônicas é frequente e intensa. A região é conhecida por abrigar dezenas de vulcões ativos, incluindo o Klyuchevskoy, que entrou em erupção logo após o tremor. Especialistas do Instituto de Geofísica de Moscou confirmaram a atividade vulcânica subsequente, mas ainda avaliam sua relação direta com o terremoto.
Imagens divulgadas por veículos como a emissora estatal russa Rossiya 24 e confirmadas pela CNN mostram equipes médicas realizando cirurgias durante o terremoto, com profissionais tentando manter os pacientes estáveis enquanto o chão tremia fortemente. A reação rápida das equipes de emergência foi destacada como fator decisivo para evitar consequências mais graves.
O terremoto de hoje é comparado por sismólogos ao evento de Severo-Kurilsk, ocorrido em 1952, que teve magnitude estimada em 9,0 e provocou um tsunami devastador. Especialistas do Serviço Sismológico da Rússia informaram que continuam monitorando a possibilidade de novos tremores secundários e reforçaram os protocolos de segurança para áreas vulneráveis.
A Defesa Civil da Rússia e agências internacionais seguem acompanhando a situação, enquanto avaliam os danos materiais e o impacto ambiental nas regiões afetadas. O governo russo informou que divulgará um relatório preliminar sobre o episódio nas próximas 48 horas.