O Governo Federal estima que as primeiras transmissões para a implantação da TV 3.0 no Brasil aconteçam, nas principais capitais, durante a Copa do Mundo de 2026. Esse será um passo para esse novo padrão televisivo, que combina a programação da TV aberta com a internet chegar ao mercado nacional.
Mas para esse novo formato de TV alcançar a população de maneira mais rápida será necessária a utilização de conversores, que deverão ser comercializados em larga escala a partir de 2027.
Diferentemente dos modelos atuais, que apresentam apenas uma entrada para antena, o conversor terá duas conexões: uma para antena na posição horizontal e outra na vertical. Dessa forma, o equipamento contará com hardwares e softwares que permitirão trafegar uma grande quantidade de informações, viabilizando o acesso a diversos recursos de Internet – principal diferencial da TV 3.0.
“Uma comparação bastante simples para entender de que maneira o conversor vai impactar as televisões atuais é imaginar a diferença entre uma rodovia de mão única e outra de mão dupla. Enquanto o sistema atual opera como uma pista somente, o conversor funcionará como uma via dupla, ampliando consideravelmente o fluxo de dados”, explicou o Head de Engenharia de Produtos, Inteligência e Inovação da Proeletronic, Carlos Henrique de Oliveira.
Com o conversor, será possível as TVs que estão no mercado nacional, contarem com recursos de interatividade, como fazer compras durante a exibição de um programa, participar de uma enquete em tempo real, entre outros.
Testes e fabricação
Os primeiros testes com protótipos devem ocorrer no primeiro semestre de 2026, de acordo com o Governo Federal. Após a validação técnica, a indústria de broadcast e as operadoras de TV devem iniciar a produção em escala, com os conversores disponíveis no mercado nacional entre 2027 e 2028.
Oliveira não prevê entraves para a produção nacional dos conversores. “O Brasil já tem experiência na fabricação de equipamentos similares, como os aparelhos de TV. Além disso, a demanda por esses dispositivos tende a impulsionar a cadeia produtiva. A princípio, o conversor será compatível até com televisores de tubo, mas seu potencial apenas será plenamente aproveitado em TVs modernas (LED, LCD ou superior)”, enfatizou o Head de Engenharia de Produtos, Inteligência e Inovação da Proeletronic.
Para ele, é importante os consumidores verificarem se a cobertura do sinal para a TV 3.0 já está disponível, antes de adquirir um conversor ou um televisor já adaptado ao novo padrão televisivo. “Se houver interesse na compra do conversor, é importante também pesquisar a procedência e o suporte de assistência técnica para evitar problemas no futuro”, acrescentou.
Na avaliação de Oliveira, será possível fazer uma estimativa mais precisa do valor dos conversores a serem adquiridos pelos consumidores a partir de 2026. A tendência é que o custo desse equipamento caia com a produção em larga escala.