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O governo do Irã promulgou nesta terça-feira (01) uma nova lei que suspende oficialmente sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), aprofundando a crise entre Teerã e as potências ocidentais. Segundo reportagem da Reuters, a legislação determina que qualquer futura inspeção aos locais nucleares iranianos só poderá ocorrer mediante autorização prévia do Conselho de Segurança Nacional do país.
Autoridades iranianas afirmaram que a AIEA estaria atuando de forma tendenciosa, favorecendo interesses ocidentais e supostamente justificando ataques israelenses contra instalações nucleares no Irã. Ainda de acordo com a reportagem da Reuters, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, acusou os Estados Unidos de participação em um bombardeio que teria danificado o complexo nuclear de Fordow, um dos principais do país.
A nova lei representa um retrocesso significativo para o regime de inspeções internacionais previsto no Acordo Nuclear de 2015, aumentando preocupações sobre o avanço do programa de enriquecimento de urânio iraniano e a possibilidade de escalada no Oriente Médio.
A medida teve repercussão imediata em diversos países. Segundo reportagem da agência turca Anadolu, o governo alemão considerou a decisão do Irã como “um sinal devastador”, destacando que a colaboração com a AIEA é essencial para soluções diplomáticas equilibradas. Já o presidente da França, Emmanuel Macron, realizou nesta terça-feira a primeira ligação oficial em três anos com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para discutir estratégias que levem Teerã a retomar o diálogo com a agência nuclear da ONU.
A suspensão da cooperação com a AIEA reforça a tensão diplomática entre o Irã e a comunidade internacional, reduzindo drasticamente as chances de retomada imediata das negociações sobre o programa nuclear iraniano.