Belém, capital do Pará, foi oficialmente escolhida para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. Será a primeira vez que a Amazônia — maior floresta tropical do mundo — receberá uma cúpula climática da ONU, reforçando o papel estratégico do Brasil nas discussões ambientais globais.
De acordo com informações divulgadas pelo site oficial da COP30 (cop30.br), a escolha de Belém foi aprovada por consenso durante a COP28, realizada em Dubai. A cidade foi indicada pelo governo brasileiro e recebeu apoio de diversas nações, consolidando-se como símbolo da luta climática internacional. Segundo o portal, a realização do evento na Amazônia visa dar centralidade a temas como justiça climática, bioeconomia, conservação da biodiversidade e protagonismo dos povos tradicionais.
A candidatura brasileira, articulada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com apoio da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e do governador do Pará, Helder Barbalho, teve como principal argumento a necessidade de levar os debates climáticos para perto das florestas que estão na linha de frente da crise ambiental. A floresta amazônica abriga cerca de 10% da biodiversidade mundial e é considerada um dos maiores reguladores do clima do planeta.
Para receber os mais de 50 mil participantes esperados, entre chefes de Estado, negociadores, cientistas, jornalistas e representantes da sociedade civil, Belém já iniciou uma série de intervenções urbanas. Segundo o site da conferência, estão em andamento obras de ampliação no Aeroporto Internacional de Belém, melhorias no sistema de transporte público com corredores exclusivos para ônibus elétricos, expansão da rede hoteleira e até o uso de embarcações de cruzeiro como alojamento temporário.
Além da estrutura logística, a cidade também prepara espaços públicos para receber eventos paralelos e encontros culturais. Áreas como o Parque da Cidade estão sendo revitalizadas e ganhando nova infraestrutura, com a promessa de deixar um legado duradouro para a população local.
Apesar do entusiasmo, a realização da COP30 também tem gerado discussões sobre os impactos ambientais de obras viárias previstas para facilitar o acesso ao evento. Movimentos sociais e especialistas alertam para o risco de degradação de áreas verdes urbanas e pressionam o governo estadual por maior transparência nos projetos.
Ainda assim, o evento é visto como uma oportunidade histórica para o Brasil reconquistar protagonismo no cenário ambiental global e para a Amazônia ser ouvida como centro das soluções climáticas. “Belém será outra cidade”, declarou o presidente Lula em discurso oficial, destacando que a COP30 representa um marco na valorização da floresta e de seus povos.
Com a floresta como cenário e símbolo, a COP30 promete ser uma conferência com os pés na terra e os olhos no futuro — uma chance real de fazer da Amazônia não apenas um tema de debate, mas parte ativa da transformação climática do planeta.