Cessar-fogo entre Israel e Irã é posto à prova após novos bombardeios

Foto Divulgação

O cessar-fogo anunciado para esta terça-feira (24) entre Israel e Irã começou a vigorar em clima de incerteza e tensão. Segundo reportagem publicada pela agência Reuters, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a trégua como fruto de negociações mediadas com apoio do Catar, afirmando que o conflito estaria “encerrado” e que o momento marcaria “um novo começo” para as relações entre os dois países. No entanto, horas após o início do suposto acordo, explosões foram registradas em Teerã e ataques com mísseis atingiram o território israelense.

De acordo com a Reuters, o Irã negou a existência de um acordo formal de cessar-fogo. O ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, declarou que “não há, até o momento, nenhum pacto assinado ou compromisso assumido oficialmente pelo Irã”, embora tenha sinalizado que o país está disposto a interromper as ofensivas caso Israel suspenda suas operações militares até as 4h da manhã (horário local).

Ainda segundo a agência, Israel confirmou ter bombardeado um radar próximo a Teerã na madrugada desta terça, alegando se tratar de uma resposta a ataques iranianos realizados mesmo após o anúncio da trégua. A ação reacendeu temores de uma retomada mais intensa da guerra, que já dura quase duas semanas e provocou centenas de mortes e milhares de deslocados em ambos os lados.

Moradores da capital iraniana relataram à Reuters a ocorrência de explosões intensas e ativação das sirenes de alerta, indicando a mobilização dos sistemas de defesa aérea do país. Em Israel, os alarmes também foram acionados em regiões centrais e no norte, com relatos oficiais de ao menos uma morte e três feridos após o lançamento de mísseis do lado iraniano.

Embora Trump tenha reafirmado publicamente que a trégua está mantida, autoridades israelenses ouvidas pela agência reconhecem que a situação ainda é instável, e que novas ações poderão ser autorizadas caso o Irã mantenha ofensivas. O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou que não fará novos ataques “por enquanto”, mas mantém as Forças de Defesa de Israel em prontidão máxima.

Para analistas ouvidos pela Reuters, o papel dos Estados Unidos e do Catar foi determinante para a abertura de diálogo, mas o cessar-fogo ainda carece de um acordo sólido entre as partes. Sem garantias formais e com ações militares ainda em curso, o risco de escalada permanece elevado, sobretudo diante das exigências do Irã e da postura reativa de Israel.

Enquanto as autoridades tentam construir um entendimento diplomático, a população civil segue em estado de alerta. Organizações humanitárias relatam dificuldades para atuar em áreas afetadas, e a Organização das Nações Unidas voltou a pedir “contenção urgente” a ambas as nações, ressaltando os impactos do conflito no equilíbrio regional do Oriente Médio.

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