Entre os dias 13 e 17 de junho de 2025, a tensão entre Israel e Irã evoluiu para um confronto direto, com ofensivas militares, mortes de autoridades de alto escalão e uma escalada que ameaça desestabilizar o Oriente Médio e comprometer a segurança global. O conflito, iniciado por Israel sob a operação Rising Lion, visou alvos estratégicos em território iraniano, incluindo centros de comando militar e estruturas relacionadas ao programa nuclear.
Segundo reportagem da Associated Press publicada em 17 de junho, Israel confirmou a morte do general iraniano Ali Shadmani, comandante recém-designado das forças estratégicas do Irã. Ele foi atingido em um ataque aéreo sobre Teerã, considerado pelas autoridades israelenses como uma ação de contenção preventiva diante do aumento de ameaças. Ainda de acordo com a AP, o Irã respondeu lançando cerca de 400 mísseis e drones contra alvos israelenses, com foco em Tel Aviv, Haifa e cidades ao norte. As forças israelenses informaram que o sistema Iron Dome interceptou a maior parte dos projéteis, mas houve ao menos 24 mortes em território israelense.
A pressão psicológica e militar no Irã também aumentou. Segundo reportagem do The Guardian, mais de 300 mil civis foram orientados a evacuar Teerã após alertas dos Estados Unidos sobre riscos de novos bombardeios. O presidente Donald Trump, em pronunciamento oficial após deixar antecipadamente a cúpula do G7 no Canadá, exigiu a “rendição incondicional” do Irã e advertiu que os Estados Unidos sabem a localização do líder supremo Ali Khamenei, embora tenha dito que, por ora, não há intenção de eliminá-lo.
No campo econômico, a escalada já provocou efeitos imediatos. Segundo o Barron’s, o preço do barril de petróleo Brent ultrapassou os US$ 90, com expectativa de atingir US$ 120 caso o Irã efetive a ameaça de bloquear o Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial. Bolsas na Europa, Estados Unidos e Ásia fecharam em queda nos últimos pregões, refletindo o impacto geopolítico.
Reportagem do Wall Street Journal afirma que, nos bastidores, o Irã começou a sinalizar, por meio de interlocutores árabes, uma possível disposição para retomar negociações nucleares, desde que os Estados Unidos se abstenham de uma intervenção direta. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que algumas estruturas da usina de enriquecimento de Natanz foram danificadas pelos ataques israelenses, gerando alerta sobre os riscos de vazamentos radioativos.
Já segundo o Financial Times, especialistas militares avaliam que, apesar da vantagem aérea de Israel e do apoio norte-americano, o Irã ainda possui um arsenal com capacidade de sustentação do conflito por semanas, além de aliados ativos em territórios como Líbano, Iêmen e Síria. O receio de uma guerra regional cresce, especialmente diante da possibilidade de envolvimento de grupos como Hezbollah e Houthis.
Em resposta diplomática, a União Europeia, a França, o Reino Unido, o Vaticano e a Organização das Nações Unidas emitiram comunicados conjuntos exigindo o fim imediato das hostilidades e o respeito ao direito internacional humanitário. A AIEA, por sua vez, reiterou a necessidade de preservar as instalações nucleares civis de qualquer ação militar.
O momento é considerado o mais tenso desde a guerra Irã-Iraque, na década de 1980, e analistas alertam para o risco de uma guerra prolongada com efeitos globais sobre a segurança energética, estabilidade regional e diplomacia internacional.