Equipes de resgate atuam junto à escola onde foi registrado o tiroteio – Foto: Erwin Scheriau/APA/AFP VIA Carta Capital
A cidade de Graz, na Áustria, foi palco de um trágico tiroteio nesta terça-feira, quando um ex-aluno invadiu a escola secundária BORG Dreierschützengasse e abriu fogo contra estudantes e professores. O ataque deixou dez mortos — nove alunos e um professor — e ao menos onze feridos. Segundo informações da agência Reuters, o autor do massacre, identificado apenas como Arthur A., de 21 anos, tirou a própria vida após o ataque.
De acordo com reportagem do The Guardian, o jovem portava uma pistola Glock semiautomática e uma espingarda de cano serrado, ambas adquiridas legalmente. Ele também havia construído uma bomba caseira encontrada em sua residência, mas o artefato não era funcional. A polícia informou que o ataque foi meticulosamente planejado, incluindo simulações e envio de vídeos de despedida à mãe pouco antes da ação.
Segundo a Associated Press, o atirador era descrito como uma pessoa reclusa, sem histórico criminal, e com histórico de obsessão por jogos de tiro em primeira pessoa. Ele havia sido reprovado em exames médicos para ingressar nas Forças Armadas, mas ainda assim conseguiu obter licenças civis para porte de arma.
O ataque começou por volta das 9h da manhã, horário local. Testemunhas relataram gritos e correria pelos corredores enquanto os disparos ecoavam pelos andares da escola. A polícia chegou rapidamente ao local e isolou a área. Os serviços de emergência confirmaram que os feridos estão fora de risco de morte.
O presidente austríaco Christian Stocker visitou Graz no mesmo dia e declarou três dias de luto nacional. Em pronunciamento oficial, classificou o ataque como “um dos momentos mais dolorosos da nossa história recente” e prometeu apoio total às famílias atingidas. O governo também anunciou o envio de equipes especializadas em apoio psicológico às escolas da região.
O caso reacendeu intensos debates sobre o controle de armas na Áustria. Parlamentares já sinalizam que a legislação poderá ser revisada. Apesar de o país ter regras relativamente rígidas, o ataque revelou falhas no processo de avaliação e concessão de licenças.
As investigações continuam e, segundo autoridades locais, o conteúdo do celular e do computador do atirador será analisado nos próximos dias para tentar entender as motivações por trás da tragédia.