Em visita oficial à sede da Interpol em Lyon, na França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta segunda-feira (9) uma Declaração de Intenções que estabelece um novo marco de cooperação entre o Brasil e a maior organização policial do mundo. O objetivo principal é reforçar o combate ao crime organizado transnacional, com foco em ações conjuntas e trocas de inteligência.
Segundo reportagem da Agência Brasil, o acordo prevê a modernização tecnológica das forças de segurança brasileiras, o fortalecimento das ações contra crimes financeiros e ambientais e o desenvolvimento de operações articuladas com outros países da América Latina. Durante a cerimônia, Lula destacou a urgência de ações multilaterais diante da sofisticação crescente das redes criminosas: “A criminalidade está evoluindo a uma velocidade sem precedentes, exigindo respostas globais e integradas.”
A comitiva brasileira incluiu o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, e o secretário-geral da Interpol, Valdecy Urquiza — primeiro brasileiro a ocupar o posto. Conforme noticiado pelo UOL, Urquiza afirmou que o acordo pode servir de modelo para outros países, estimulando uma atuação mais coordenada contra organizações que atuam além das fronteiras nacionais.
Entre os principais pontos acordados estão a criação de uma força-tarefa regional voltada ao combate ao tráfico de drogas, armas, pessoas e crimes cibernéticos, além da ampliação da atuação do Centro de Cooperação Internacional da Amazônia. A Agência Estado também destacou que a Polícia Federal brasileira já mantém adidos policiais em 34 países, o que deve facilitar ainda mais a integração operacional com a Interpol.
Em um gesto simbólico, Lula foi homenageado pela Interpol com uma medalha por sua atuação na área de segurança pública. Em contrapartida, o presidente condecorou Valdecy Urquiza com a Ordem de Rio Branco, no grau de Grande Oficial, reconhecendo o prestígio internacional do brasileiro à frente da organização.
A iniciativa marca um passo relevante da política externa brasileira, que busca maior protagonismo em pautas globais como segurança, meio ambiente e cooperação internacional. Conforme ressaltado por Lewandowski, “a integração entre países é a única forma eficaz de enfraquecer as estruturas que sustentam o crime organizado global”.