O governo do presidente Donald Trump determinou a revogação da autorização da Universidade de Harvard para matricular novos estudantes estrangeiros, provocando forte reação da comunidade acadêmica e medidas legais por parte da instituição.
De acordo com reportagem publicada pelo HuffPost España nesta sexta-feira (23), a decisão foi oficializada por meio de uma carta assinada por Kristi Noem, secretária de Segurança Interna dos EUA, que acusou Harvard de tolerar “antissemitismo, hostilidade institucional e ligações com o Partido Comunista Chinês”. Segundo Noem, “permitir que estudantes estrangeiros frequentem universidades americanas é um privilégio, não um direito”.
Com a medida, Harvard perde temporariamente a certificação do SEVP (Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio), ficando impedida de matricular novos estudantes internacionais. Estima-se que cerca de 6.800 alunos estrangeiros estão atualmente matriculados na universidade — aproximadamente 27% do corpo discente.
Em resposta, a reitoria da universidade classificou a decisão como “ilegal e injustificada”, argumentando que ela viola a Primeira Emenda da Constituição americana e compromete a liberdade acadêmica. Ainda segundo o HuffPost España, Harvard ingressou imediatamente com uma ação judicial contra o governo federal, e a juíza Allison Burroughs concedeu uma liminar que suspende temporariamente os efeitos da medida, destacando o risco de “dano imediato e irreparável” à universidade.
A decisão faz parte de uma série de embates recentes entre a administração Trump e instituições de ensino superior dos EUA. Desde o início de seu novo mandato, Trump já havia cortado mais de US$ 2 bilhões em fundos federais destinados à pesquisa universitária. Harvard tem sido um dos alvos frequentes dessas políticas, especialmente por sua postura crítica em relação ao governo.
Ainda não há previsão para uma resolução definitiva do caso. A liminar permanece válida até que novas audiências ocorram nos próximos dias.