Os recentes acordos firmados entre Brasil e China têm potencial para gerar avanços significativos no agronegócio brasileiro, especialmente em áreas como logística, exportações e diversificação de mercados. A avaliação é de Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), em entrevista concedida ao Record News Rural nesta segunda-feira (19).
Segundo Mori, um dos destaques dos compromissos bilaterais é o foco na expansão da malha ferroviária brasileira, medida que pode ajudar a reduzir gargalos históricos no transporte da produção agrícola. A infraestrutura precária ainda é um dos grandes desafios enfrentados pelo setor, tanto no escoamento quanto no armazenamento de grãos e outros produtos.
“Esses acordos podem representar um salto de qualidade para a logística do agronegócio, algo que o país vem demandando há décadas”, comentou a representante da CNA durante a entrevista.
Além das iniciativas em infraestrutura, outro ponto que chamou atenção foi a abertura de cinco novos mercados para exportações brasileiras. Entre eles, destaca-se a autorização para a venda de DDG (grãos secos de destilaria) e DDGS (grãos secos com solúveis), subprodutos da produção de etanol de milho.
O crescimento da indústria de biocombustíveis no Brasil tem gerado excedentes desses materiais, que agora ganham novos destinos no mercado internacional. A China, principal parceira comercial do Brasil, é vista como um dos principais compradores em potencial, dada sua demanda crescente por insumos para alimentação animal e fontes energéticas alternativas.
A declaração de Mori à Record News Rural reforça a importância estratégica das negociações internacionais para ampliar a competitividade e sustentabilidade do agronegócio nacional. “Estamos falando de oportunidades reais de diversificação da pauta exportadora e geração de valor agregado”, completou.
Com a intensificação das parcerias entre os dois países, o setor agrícola brasileiro se prepara para uma nova fase de expansão, com ganhos não apenas em volume de exportações, mas também em eficiência logística e tecnológica.