Anel vaginal, existe? Pra que serve?

Mulher segurando anel vaginal para uso contraceptivo

O anel vaginal é um método contraceptivo, medicamentoso, hormonal, com tecnologia inovadora e de alta eficácia, padronizado mundialmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e sociedades médicas da área.

Os anéis vaginais disponíveis no Brasil para contracepção, fabricados por algumas indústrias farmacêuticas, têm bula, registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e contém estrogênio e progesterona, medicações hormonais indicados para contracepção (evitar gravidez).

O anel vaginal é flexível, feito de um tipo de “silicone” biocompatível, com aproximadamente 5 cm de diâmetro, facilmente inserido pela própria usuária. A vagina é um canal cilíndrico e horizontal, de paredes elásticas, com aproximadamente 8-12 cm de comprimento e por isso é anatomicamente adequada para a inserção segura de um anel contraceptivo hormonal.Nuvaring: anel contraceptivo - Ginecologista em Santana | Dra Edinalva Braz

O canal vaginal tem no fundo o colo uterino, que praticamente fecha esse canal. Assim, o anel, uma vez inserido, não vai para nenhuma outra parte do corpo. Pode permanecer até 3 semanas, quando é retirado, para uma pausa de 1 semana onde ocorre um sangramento parecido com o menstrual, e depois pode ser inserido outro anel.

Os anéis vaginais de contracepção, além de evitar a gravidez não planejada, oferecem alguns benefícios como ciclo menstrual mais regular, menstruação frequentemente menos dolorosa com sangramento em menor quantidade, com possibilidade de redução na ocorrência de deficiência de ferro. Há, ainda, evidência de diminuição do risco de câncer do endométrio e ovário, cistos de ovário e gestações ectópicas (embrião fora do útero).

O anel vaginal também pode ser via de administração de outros medicamentos, já que a mucosa vaginal possui uma excelente absorção de substâncias com vascularização adequada para circulação do medicamento aos órgãos alvo. Há descrito na literatura médica, medicações disponíveis sob forma de anel vaginal como antirretrovirais e hormônios para tratamento local de ressecamento vaginal na menopausa.

Ginecologista mostrando anel de contracepção para a mulher e explicando métodos de contracepção e controle de natalidade

Por outro lado, como toda medicação, deve ser prescrito pelo seu ginecologista de confiança, pois para cada mulher há um método contraceptivo ideal e deve-se respeitar as contraindicações.

Por ser método hormonal com estrogênio associado, não deve ser prescrito para mulheres com risco de trombose, histórico de tromboembolismo venoso profundo ou outras variantes cardiovasculares, tumores hepáticos ou hepatopatias graves e sangramentos vaginais de causa desconhecida com possibilidade de diagnóstico de câncer ginecológico.

Portanto, anel vaginal existe, é medicação tecnológica que serve para contracepção, padronizada mundialmente e tem sua aplicação clínica na saúde da mulher.

Converse com seu médico e descubra novos horizontes para sua jornada e direitos reprodutivos. Gravidez pode ser planejada por meio de contracepção eficaz. Jamais se esquecer do uso de preservativos nas relações sexuais para evitar infecções sexualmente transmissíveis.

E que as gestações sejam por sua escolha, no seu tempo e não por acidente. Fica aí mais uma informação de saúde da mulher para você. Estamos disponíveis nos comentários para dúvidas ou experiências!

Abraços!

Dra. Gisele Vissoci Marquini

CRM 34170    RQE 19701

Ginecologista/ Uroginecologista/ Cirurgia Vaginal

Referências: Bula de produto disponível: https://www.organon.com/brazil/wpcontent/uploads/sites/33/2023/06/nuvaring_bula_profissional.pdf. Acessada em 21/07/2024

World Health Organization. Contraception: evidence brief. World Health Organization. License: CC BY-NC-SA 3.0 IGO. (2019). Available online at: https://apps.who.int/iris/handle/10665/329884. Acessada em 18/07/2024.

Imagens: google dominio público e bula de produto citado acima.

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