Mitomania e psicopatia: comportamentos desonestos e manipulativos

 

A mentira patológica, ou mitomania, não é reconhecida como um transtorno separado no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição), utilizado por profissionais para diagnosticar transtornos mentais. A mentira patológica é considerada como um sintoma de outros transtornos mentais, como o transtorno de personalidade antissocial ou factício. Em algumas situações a mentira patológica está associada a transtornos de ansiedade, depressão ou transtornos de personalidade.

Na ausência de uma categoria específica para a mitomania no DSM-5, os comportamentos mentirosos crônicos podem ser considerados dentro do contexto de outros transtornos ou descritos como um tipo de comportamento disfuncional que requer avaliação e tratamento.

A mitomania e a psicopatia são condições distintas, embora ambas envolvam comportamentos desonestos e manipulativos, e podem se sobrepor em alguns casos.

A mitomania é caracterizada pela tendência compulsiva e crônica de mentir, muitas vezes sem motivo aparente. As pessoas que sofrem de mitomania tendem a mentir de forma repetida e, em alguns casos, com grande habilidade, mesmo que as mentiras sejam facilmente descobertas.

A psicopatia é um transtorno de personalidade que envolve características como falta de empatia, manipulação, impulsividade e comportamentos antissociais. As pessoas com psicopatia podem mentir e manipular outras pessoas para atingir seus próprios objetivos, muitas vezes sem sentir remorso ou culpa.

A relação entre mitomania e psicopatia pode ocorrer quando um indivíduo que sofre de psicopatia também exibe comportamentos de mentira patológica. Nesse caso, a pessoa pode mentir de forma impulsiva, manipulativa e muitas vezes sem um motivo aparente, o que pode ser devido à sua falta de empatia e propensão para a manipulação.

As duas condições exigem intervenção profissional para que possam ser compreendidas e tratadas adequadamente.

É importante abordar a mitomania dentro do contexto da saúde mental, pois esse transtorno pode ter consequências sérias para o indivíduo, inclusive prejudicando suas relações interpessoais, a autoestima, o bem-estar emocional e a sua reputação. A pessoa com mitomania pode acabar isolada ou desacreditada, o que pode agravar ainda mais a sua condição mental.

É fundamental lembrar que a maioria das pessoas que mentem ocasionalmente não sofrem de mitomania.

O tratamento da mitomania, também conhecida como mentira patológica, pode ser desafiador, mas várias abordagens terapêuticas têm sido utilizadas com sucesso. O tratamento mais eficaz para a mitomania pode variar dependendo das necessidades individuais, mas frequentemente envolve psicoterapias.

Devido à natureza complexa da mitomania, o tratamento geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir a colaboração de psicólogos, psiquiatras e outros profissionais de saúde mental. A escolha do tratamento adequado dependerá da avaliação individual e das necessidades específicas da pessoa com mitomania.

Créditos: Alfredo Demétrio – Psiquiatra e psicoterapeuta
CRM 25646 MG – RQE 19146 – RQE 19385
www.alfredodemetrio.com.br

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