Todos nós reconhecemos a importância da arquitetura para o nosso dia a dia. Mas você já ouviu falar que existe a “Arquitetura cerebral”?
O mestre em psicologia, Daniel Vieira, tem se dedicado ao estudo dessa área tão importante do nosso cérebro e para o desenvolvimento infantil.
De acordo com Daniel, as experiências e os estímulos desempenham um papel crucial no desenvolvimento infantil. Desde o nascimento, as crianças são altamente receptivas ao ambiente ao seu redor e os estímulos sensoriais – como sons, cores, texturas e interações humanas – são fundamentais para o desenvolvimento do cérebro e da sua arquitetura cerebral.
A arquitetura cerebral é um campo fascinante que estuda a complexa estrutura, desenvolvimento e organização do cérebro humano que é composto por bilhões de neurônios interconectados por sinapses, formando uma vasta rede de comunicação que permite todas as funções cognitivas, emocionais e motoras. A neuroplasticidade é outro aspecto e nos revela que o cérebro não é uma estrutura fixa, mas dinâmica, capaz de se modificar em resposta a novas experiências e aprendizados. Em suma, a arquitetura cerebral é um testemunho da complexidade e adaptabilidade da mente humana.
Daniel explica que, a arquitetura cerebral utiliza-se do mesmo princípio da arquitetura convencional, ou seja, para que um edifício possa permanecer em pé, ele precisará de bases firmes que sustentarão sua estrutura, assim acontece no desenvolvimento humano. São através das experiências diversas e dos estímulos essenciais que a criança consegue desenvolver uma base necessária para suportar os desafios da vida humana.
Quando uma criança é exposta a experiências diversas e a um ambiente rico em estímulos, é possibilitado a ela oportunidades de desenvolver habilidades cognitivas, motoras, linguísticas e sociais.
É no brincar, na leitura de histórias, na música, nas regras dos jogos, no entendimento dos limites, no contato com a natureza, nas relações sociais, que acontece desenvolvimento da linguagem, da cognição social, da flexibilidade, da capacidade de inibir alguns comportamentos e também da capacidade de resolver problemas, habilidades essas que serão muito uteis. Além disso, os estímulos emocionais são igualmente importantes. A interação com pais e cuidadores, marcada por afeto e segurança, cria uma base sólida para a autoestima e a confiança da criança. Estas experiências de afeto ajudam na regulação emocional e no desenvolvimento de habilidades sociais, como empatia e cooperação. Crianças que recebem atenção e carinho tendem a explorar o mundo com mais segurança, o que é essencial para o aprendizado e o crescimento saudável.
Segundo Daniel, possibilitar experiências significativas como e um ambiente estimulante e acolhedor, onde a criança se sinta segura para explorar e aprender, é essencial para o desenvolvimento de uma arquitetura cerebral sólida, capaz de suportar os desafios que virão pela frente.
Daniel Vieira
Neuropsicólogo, Mestre em Psicologia pela UFU, Especializado em Neuropsicologia, Psicomotricidade, TEA, TDAH E ABA. Proprietário da Clínica Neuropark – Espaço de desenvolvimento, do Mundo Circo e atua como Professor Universitário, Coordenador do Circo da Vida e também do Projeto Autismo, Arte e Cultura.
Excelente texto!! É na infância que formamos cidadãos saudáveis e mais preparados para vida!!! Parabéns
Amei esse assunto. Muito rico.
Parabéns Daniel , Thaise e a equipe da Soberana,por compartilhar tão rico conhecimento.
Como eu amo aprender para estimular e proporcionar para minhas crianças um ambiente acolhedor e com ricas experiências para seu desenvolvimento.
Excelente conteúdo que permite a reflexão, como pais e “arquitetos” ativos dos nossos filhos, sobre a quantidade e qualidade das nossas interações e experiências proporcionadas na infância e a adolescência. Precisamos ser intencionais nessa jornada.
A metáfora da arquitetura é enriquecidora, afinal torna mais visível como se dá essa formação interna dos nossos pequenos e nos ajuda a nos colocarmos nesse lugar de arquitetos e trazer a perspectiva da intencionalidade.
Que texto importante e relevante não apenas ao profissionais da Educação, mas para todos! Reflexão obrigatória!
Excelente matéria Thaise! Parabéns!