Os padrões hormonais não apenas distinguem as mulheres dos homens, mas também desempenham papéis fundamentais na saúde mental e no bem-estar. A complexa interação entre hormônios como testosterona, estrogênio e progesterona influencia tanto características físicas quanto o funcionamento cognitivo e emocional.
Segundo o psiquiatra e psicoterapeuta Alfredo Demétrio, enquanto os homens possuem níveis mais elevados de testosterona, que estão associados à agressividade e assertividade, as mulheres apresentam uma predominância de estrogênio e progesterona. “Esses hormônios são essenciais para a regulação do humor e comportamento, além de estarem ligados à serotonina, um neurotransmissor chave para a sensação de bem-estar e felicidade. Durante momentos de variação hormonal, como o ciclo menstrual, gravidez, pós-parto e menopausa, mulheres experimentam mudanças significativas no humor e estabilidade emocional”, explica.
Alfredo Demétrio enfatiza a importância de reconhecer como essas flutuações hormonais destacam a resiliência das mulheres, adaptando-se a mudanças físicas e emocionais ao longo da vida. Contudo, ele também alerta que as diferenças hormonais podem aumentar a vulnerabilidade das mulheres a distúrbios de saúde mental, como depressão e ansiedade. “Estas condições estão frequentemente associadas a desequilíbrios hormonais, evidenciando a necessidade de suporte adequado e acesso a recursos de cuidado”, afirma.
Transtornos de humor, ansiedade, distúrbios alimentares e do sono são alguns dos problemas de saúde mental vinculados a esses desequilíbrios. O estrogênio, especificamente, desempenha um papel crucial, influenciando a resposta ao estresse e a atividade da serotonina, o que afeta diretamente o humor e a regulação do sono.
Além disso, a ansiedade, embora afete ambos os gêneros, apresenta nuances distintas em sua manifestação e impacto na saúde entre homens e mulheres. “Enquanto as mulheres tendem a expressar preocupações ligadas à família e relacionamentos, os homens relatam mais sintomas relacionados ao trabalho e desempenho”, destaca o médico.
Mulheres com transtorno de ansiedade também têm maior propensão a desenvolver comorbidades, como depressão e distúrbios alimentares. “As consequências da ansiedade na saúde física das mulheres não devem ser subestimadas”, alerta o especialista. Doenças cardiovasculares, distúrbios gastrointestinais, problemas hormonais e comprometimento imunológico são algumas das condições que podem ser agravadas pela ansiedade crônica. Por isso, buscar ajuda médica e psicológica é fundamental para enfrentar essa condição e garantir o bem-estar físico e emocional das mulheres”, conclui.
Créditos: Alfredo Demétrio – Psiquiatra e psicoterapeuta
CRM 25646 MG – RQE 19146 – RQE 19385
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