No Brasil, muitas crianças e adolescentes vivem em “abrigos” devido à necessidade de proteção contra violências, abusos, negligências, ou por falta de cuidados dos responsáveis, entrega voluntária, ou mesmo abandono. Esses meninos têm uma rotina semelhante à de outras crianças: frequentam a escola, brincam, recebem cuidado e proteção. No entanto, há algo que faz toda a diferença em suas vidas: quando conseguem estabelecer uma relação individualizada com uma pessoa que os ama, os enxerga com potencial, oferece palavras de esperança e apoio emocional.
Um padrinho afetivo não é alguém que aparece apenas em datas especiais como o Natal e depois some até o próximo ano; é alguém que se compromete a se relacionar de forma consistente e frequente com a criança ou adolescente. Essa pessoa pode oferecer apoio nos estudos, cuidados médicos, momentos de lazer e, se permitido, participar de passeios e oferecer convívio familiar em alguns fins de semana e feriados. É importante destacar que o apadrinhamento afetivo não é um “teste” para a adoção. Se alguém deseja adotar, o processo é totalmente diferente. O apadrinhamento afetivo destina-se a adultos que não desejam ou não têm condições de adotar, mas querem ser presentes e comprometidos na vida de seu afilhado.
Estudos demonstram que uma figura significativa na infância ou juventude pode ser transformadora, promovendo mudanças fundamentais na autoestima, na construção da identidade da criança e na forma como ela enxerga o mundo. Essa figura pode proporcionar mais confiança, reduzindo o medo e a hiper vigilância decorrentes de traumas vivenciados. Isso tem um impacto extremamente positivo no desenvolvimento global, no comportamento e no futuro da criança.
No entanto, é crucial não se comprometer com algo que não se possa cumprir. Esses jovens não precisam de mais um abandono. Se você decidir se tornar um padrinho afetivo, saiba que esta relação também transformará sua própria vida. Procure informações sobre esse serviço em sua cidade, consulte a Vara da Infância e Juventude, grupos de apoio à adoção ou serviços de acolhimento. Se não houver um programa estabelecido, considere a oportunidade de iniciá-lo com o apoio de amigos, igreja ou comunidade. O apadrinhamento afetivo, quando bem desenvolvido e acompanhado por profissionais, é fundamental na vida de crianças e adolescentes com poucas chances de reintegração familiar ou adoção.
Assim, vamos semear amor, construir histórias e transformar vidas.
Amor sempre merece se semeado! Excelente matéria!
Verdade! E quem semeia amor, colhe amor.