Quando conversar sobre sexualidade com a criança?

Fonte Imagem: Google

Se tem uma pergunta que todos nós já fizemos na vida é: O que é Sexo? As vezes não com essas palavras, mas de alguma forma esse interesse de saber sobre isso visitou sua mente em algum momento de sua vida, nossos avós, nossos pais, enfim todos nós já tivemos a curiosidade de saber como os bebês vão parar na barriga de uma mulher, não sei como você obteve essa resposta, agora como você irá responder essa pergunta quando for feita a você?

No artigo dessa semana quero tratar sobre esse assunto, a inspiração para escrever sobre esse tema aconteceu com inúmeras perguntas que venho recebendo nas últimas semanas de pais que não sabem como conversar com seus filhos sobre sexo e sobre a sexualidade.

Quero iniciar dizendo que conversar sobre sexo nem sempre é uma tarefa fácil, pois os pais não sabem o que dizer, as vezes ficam envergonhados e tentam burlar e até mesmo buscam maneiras de escapar, mas nem tudo se resume ao ato em si.

Em um outro artigo que já publiquei aqui, disse que para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito de saúde sexual é entendido como um estado de bem-estar físico, emocional, mental e social em relação à sexualidade, englobando ainda a possibilidade de se ter uma vida sexual agradável e segura, livre de coerção, discriminação e violência.

Segundo o que a OMS alega a realização daquele padrão de saúde sexual está estritamente ligada ao respeito, proteção e realização dos direitos humanos, tal como o direito à não discriminação, à privacidade e confidencialidade, bem como os direitos à educação, informação e de acesso aos serviços de saúde.

Em defesa da sexualidade, a OMS envolve vários aspetos da nossa vida, nomeadamente: as diferenças biológicas entre homens e mulheres, as identidades e papéis de género, a orientação sexual, o erotismo, o prazer, a intimidade e a reprodução.

Diante da sensibilidade do tema, e enfatizando que é fundamental na educação de todos, a informação sobre sexualidade deve ser abordada com naturalidade, com conversas adequadas à maturidade e à idade das crianças e adolescentes, desmistificando um pouco o conceito pré-existente entre nós.

Mas como se faz isso na prática? Mesmo com uma sociedade mais avançada sobre muitos temas, falar sobre sexualidade aos mais novos é muito complicado, o que fica muito difícil chegar a tão desejada naturalidade. É complicado não apenas com o que diz e sim encontrar as palavras certas para dizer. Mesmo nessa sociedade conectada com tudo, onde todos os assuntos estão de fácil acesso, o sexo ainda é tabu para os adultos, é ainda mais complexo falar do assunto com as crianças.

Nossos pequenos aprendem muito cedo a expressão dos afetos através das relações que são estabelecidas entre si e quem as rodeia. Por isso mesmo, a forma como as famílias vivem a sua intimidade, como se relacionam com o corpo é transmitido às crianças desde muito cedo.

Assim que as crianças aprendem a falar, a curiosidade infantil dispara e surgem as questões. Mas “a idade dos porquês” é também a idade certa para o conhecimento.

Com uma forma adequada à maturidade da idade dessas crianças, os pais e os educadores de proximidade devem responder-lhes de uma forma objetiva, sem metáforas e, ficarem atentos para perceber se elas entenderam o que lhes foi transmitido. É importante estar atento ao tipo de observação e responder somente àquilo que foi perguntado. Escutar da criança o que ela traz para a elaboração da sua questão, é perceber o conhecimento que ela detém de determinado assunto e é a melhor maneira de encontrar a resposta adequada à situação.

Não existe idade ideal para começar a falar de sexo às crianças. O que está certo é dar as respostas “certas” a cada faixa etária da criança. O importante é que os pequenos saibam os nomes científicos das partes íntimas, quem pode auxiliá-las na higiene e nos cuidados íntimos, precisam aprender mais sobre privacidade, consentimento e respeito.

A educação sexual é ainda uma forma de prevenir os abusos e a violência sexual. Na verdade, é necessário dar a conhecer às crianças e aos jovens os direitos de viver a sexualidade e as formas de violência desses mesmos direitos.

Por tudo o que dissemos, a sexualidade não poderá ser tabu, pois só com o esforço comum entre a família e a escola e sociedade em geral se atingirá o objetivo de cuidar dos nossos pequenos e protege-los.

Se tiver alguma dificuldade, procure ajuda, pesquise, se informe, não deixe sua criança aprender algo que tem que ser ensinado dentro de casa.

Ótima semana

Um cheiro

Beto Pinheiro

@betocpinheiro

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