Segundo a nossa Constituição Federal de 1988, o conceito de Família no seu artigo 226 é: “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.”
A sociedade, de forma geral, mudou muito nos últimos anos, com a modernidade e pós-modernidade alguns conceitos foram modificados e outros até mesmo extintos, novas configurações foram feitas e reavaliadas para que houvesse uma evolução da sociedade, então atualmente se vê a dificuldade de se estabelecer um conceito de família, pois o próprio conceito sofreu mutações e as transformações nos modelos e formas de famílias tradicionalmente incorporadas no imaginário comum, nos cabe então averiguar o modo de representar e os componentes que participam da construção de o que é ser família hoje, de acordo com as características típicas da organização social atual, mas quero trazer uma reflexão para nós, será que essas novas configurações e novos conceitos realmente têm feito bem para a sociedade e para as famílias que é a base?
As Famílias podem ser classificadas como grupos sociais, sendo estruturados por meio de relações de afinidade, descendência e consanguidade que se constituem como unidades de reprodução humana. A família possui uma dupla referência: por um lado representa grupos sociais concretos, reconhecidos pelos seus membros e pela sociedade, e de outro refere às regras, padrões, ou modelos culturais.
Assim como modelos, as instituições são mutáveis, suas construções são cheias de exceções que na maioria são tão numerosas quanto ao modelo de família vigente. Os modelos apresentados são: grupo doméstico maior que a família nuclear, ou seja, membros da família de um dos cônjuges, afilhados, serviçais; temos também famílias chamadas de matrifocais, onde são formadas basicamente por mãe e filho; também temos os novos arranjos familiares com a formação de outras famílias casais separados com filhos de outros relacionamentos entre outras configurações
Com esses modelos de famílias ajudam a contribuem com a dificuldade de definição das formas de famílias vigentes na atualidade.
O retrato da família do Sec. XXI está totalmente diferente, não mais corresponde a grandes famílias, a imagem que temos hoje, de uma forma geral é de uma família pequena, formada pelo pai a mãe e dois filhos, a redução do número de filhos veio acompanhada do controle da natalidade, agora estabelecido pela mulher, enquanto uma escolha própria, não como forma de reprodução, mas refletindo a política de emancipação da mulher, de maneira que hoje a divisão entre os sexos é menos acentuada ou possui outros contornos, um dos fenômenos que marcaram a ruptura do quadro tradicional do núcleo da família até então configurada, agora o cuidar da casa e das crianças não é mais uma exclusividade da figura feminina, essas funções domésticas passam também a serem exercidas também pelo pai, sendo agora mais participativo e atuante no interior do lar.
Com a participação mais atuante da figura masculina podemos perceber algo positivo na evolução no conceito familiar, por outro lado também percebemos que as famílias de hoje passam por transformações sociais que trazem consigo a insegurança, a incerteza, representando relações conjugais menos estáveis, os casamentos nesta relação perderam a sua estabilidade passando a ter um papel social menos central mexendo assim com as bases solidas dessa relação.
Podemos constatar que a família contemporânea vai se desdobrando em uma multiplicidade de formas e métodos complexos em suas relações, as novas formas de ser família têm produzido certos conflitos que tem abalado à base da sociedade.
No entorno dessas mudanças e em suas implicações ocorrem verdadeiros processos de desconstruções de sentido de família a par da produção de novos desejos, trazendo com isso um prejuízo enorme para toda sociedade.
Temos muito a evoluir, em todos os sentidos, mas a evolução não está ligada a destruição daquilo que tem que ser evoluído, como base da sociedade as famílias e suas novas configurações precisam de proteção e fortalecimento para ter uma sociedade mais justa e mais solida para as futuras gerações.
Até a próxima semana
Um cheiro!
Beto Pinheiro
@betocpinheiro
