Nos últimos anos, tem havido um notável aumento na oferta de escolas bilíngues no Brasil, onde o ensino é ministrado em português e inglês. Segundo dados da Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (Abebi), a quantidade de escolas bilíngues aumentou cerca de 10% no país. A relevância do ensino bilíngue vai muito além de preparar crianças e adolescentes para o mercado de trabalho. Aprender uma outra língua permite ao estudante vivenciar experiências diferentes das que estão habituados e facilitando consequentemente a fluência na vida adulta.
A educação bilíngue visa desenvolver habilidades linguísticas e cognitivas em duas línguas e pode iniciar desde a mais tenra idade. Esse modelo de ensino oferece uma oportunidade única para as crianças adquirirem fluência em ambas as línguas, permitindo uma comunicação eficaz em um mundo globalizado.
Hoje, são cerca de 1,2 mil instituições que oferecem currículo bilíngue ou programas de educação bilíngue no país. Segundo o MEC, as instituições bilíngues se caracterizam por promover um currículo único, integrado e ministrado em duas línguas de instrução, com foco no desenvolvimento de competências e habilidades linguísticas e acadêmicas.
Em 2020, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou as Diretrizes Nacionais para a Educação Plurilíngue no Brasil, com importantes definições e regulamentações que orientam a comunidade escolar no entendimento da concepção de escola bilíngue. Nas definições do documento, ficou estabelecido que as escolas com currículo bilíngue precisam oferecer um currículo integrado com, no mínimo 30% da carga-horária semanal, na língua adicional e que professores precisam ter formação complementar em educação bilíngue para atuar nesses contextos, além da comprovação de proficiência.
A educação bilíngue vai além do aprendizado linguístico, ela promove habilidades cognitivas importantes como flexibilidade mental e criatividade. Crianças expostas a duas línguas desde cedo demonstram maior facilidade na resolução de problemas e no raciocínio abstrato. A plasticidade cerebral nessa fase favorece a assimilação natural das línguas, resultando em fluência autêntica e sem sotaques, dizem especialistas.
Estimular o bilinguismo em casa também é crucial. Escola e famílias devem caminhar juntos para consolidar esse aprendizado. Famílias podem criar um ambiente propício através de atividades como leitura de livros bilíngues, músicas, filmes e jogos. Conversar sobre temas diversos em ambas as línguas incentiva a prática contínua. O uso prático da língua em situações cotidianas, como cozinhar ou brincar, solidifica a aprendizagem. Em suma, ao oferecer oportunidades regulares de exposição à língua inglesa, as famílias podem fortalecer o processo de aprendizado das crianças.
Entendemos que essa tendência do bilinguismo no Brasil trará ganhos para a educação. O ensino de um segundo idioma as prepara para um mundo multicultural e globalizado. Pesquisas revelam que uma das habilidades profissionais mais importantes e requeridas das empresas é o domínio do inglês, ou seja, a fluência no idioma inglês não é mais um diferencial, mas um requisito primordial para a rotina de trabalho. Assim, as contribuições das escolas bilíngues para a educação no Brasil são valiosas, nossa expectativa é que esse número possa crescer ao ponto de alcançar a rede pública e beneficiar a todos.
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