O Brasil é um dos países com a maior incidência de depressão na América Latina, além de ocupar o primeiro lugar no ranking mundial de casos de ansiedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os riscos são maiores para a população feminina devido às oscilações hormonais durante o ciclo de vida reprodutiva, sobrecarga de trabalho dentro e fora de casa e das condições sociais. Para o psiquiatra e psicoterapeuta Alfredo Demétrio, mulheres sensíveis às oscilações hormonais desenvolvem Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), depressões e ansiedades da gestação e do puerpério e depressões e ansiedades da perimenopausa e menopausa.
Depressões, transtornos de ansiedade, burnout, distúrbios alimentares como anorexia e bulimia são quadros comuns na prática do psiquiatra e acometem com uma frequência maior as mulheres. Casos com o da ex-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, que renunciou ao cargo devido a sobrecarregada e da jornalista Isabella Camargo, diagnosticada com Burnout, são cada vez mais comuns.
O psiquiatra diz que é fundamental que a consulta médica leve em questão os aspectos peculiares à vida das mulheres, que acumulam múltiplos papéis, como filha, mãe, esposa, dona de casa e trabalhadora remunerada, entre outros. “A conscientização sobre a importância da saúde mental tem aumentado nos últimos tempos, rompendo o tabu em torno dessas patologias e incentivando a busca por tratamento. Enfrentar os transtornos mentais é essencial para minimizar e até mesmo eliminar o sofrimento psicológico das mulheres”, conclui.