Sexualidade Limitada? Parte 2

Fonte: Google

Gostaria de retomar o assunto que começamos na semana passada sobre a Sexualidade das pessoas com deficiência física, também conhecidas como PcD.

Falamos na edição passada que é um assunto pouco explorado pela mídia, onde existe um preconceito enorme em torno da sexualidade desse grupo de pessoas que já sofrem com vários preconceitos ao longo de suas vidas, por isso que devemos tratar de forma certa e honesta para ajudarmos a quebrar também esse tabu.

Estamos em uma sociedade que tem se falado muito sobre inclusão, e realmente temos que continuar a tratar sobre isso, já avançamos muito, e é um caminho sem volta, precisamos cada dia mais quebrar tabus, tentar de todas as formas acabar com os preconceitos ainda existentes em nossa sociedade, mas não podemos deixar de lado que todos nós somos seres únicos, não existe ninguém igual ao outro, temos características diferentes mas todos precisamos ter os mesmos direitos.

Mas essa mesma sociedade muitas vezes coloca dificuldade na possibilidade das pessoas com deficiência de exercerem a sua sexualidade positiva de forma livre e com igualdade e oportunidade, pois tem a concepção errada que o sexo ou a própria sexualidade pode ser inexistente ou perigoso para essas pessoas, por julga-las que não podem ter prazer ou não tem nenhum interesse nesse assunto.

Outro conceito que é comum é a ideia que a sexualidade é um assunto rodeado de vários tabus e que o sexo é uma atividade espontânea, algo natural que mexe com os desejos e sentidos, e as pessoas que possui algum tipo de deficiência não possuem isso, pois não podem ter relações ou ato sexuais por causa de suas limitações, pois em suas relações precisariam de um planejamento, adaptações ou até mesmo que são seres que não sentem esses tipos de sentimentos, que grande engano.

As pessoas com deficiência precisam ser ouvidas, tratadas como elas merecem, não colocando de forma de “coitadinhos” muitas vezes infantilizando o tratamento com elas, colocando essas pessoas de lado, de modo equivocada essa mesma sociedade que tanto fala de inclusão, exclui esse grupo.

A doença e a deficiência sempre foram fenômenos associados ao sofrimento, a dor até mesmo como sentença de morte, e fica difícil em diminuir esse estigma na desvantagem social que ainda é colocado sob os ombros desse grupo de pessoas, não viabilizando a possibilidade de terem uma vida sexualmente sadia e longe dos preconceitos, dando as ferramentas necessárias para avançarem nesta área de suas vidas.

Mitos são criados e de uma forma muito sutil são até impostos para os PcD, como por exemplo, que são pessoas assexuadas, ou seja não possuem sentimentos, atração, necessidade e/ou pensamentos sexuais, ou ainda que são pessoas que não tem nenhum tipo de atração física e que com isso são incapazes de ter uma outra pessoa para manter vinculo afetivo estável amoroso e sexual e até mesmo pessoas com deficiência não conseguem usufruir do “sexo normal”  pois são limitadas e não irão conseguir ter a “performance” necessária para a realização do ato sexual.

Claro que esses mitos não são únicos em relação a sexualidade dos PcD, embora sejam os mais colocados, então mais importante que identificar os mitos é essencial a reflexão constante sobre o assunto para essas pessoas tenham voz e vez.

Não podemos permitir que tais mitos sejam usados para justificar a exclusão e a segregação das pessoas com deficiência na sociedade, precisamos esclarecer e refletir sobre essas questões preconceituosas sobre esse grupo de pessoas.

Promover fóruns de debates, palestras, divulgação em todas as mídias, parece ser um inicio de um bom caminho para contribuir na superação da discriminação social e sexual que prejudica os ideais de uma sociedade que tanto quer ser inclusiva.

As pessoas com deficiência podem e devem viver a sua sexualidade como qualquer outro ser humano, tendo acesso as mesmas informações e cuidados que todos precisam, vencendo barreiras e quebrando tabus, tendo o direito de serem felizes!!!

Um beijo no seu coração

Até a próxima semana.

Beto Pinheiro

@betocpinheiro

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