O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou no dia 1º de junho, a indicação do seu advogado Cristiano Zanin para assumir a cadeira deixada por Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal (STF). “Zanin será excepcional ministro se for aprovado pelo Senado, e acredito que será. O Brasil vai se orgulhar de ter Zanin como ministro da Suprema Corte”, declarou o petista.
O advogado que defendeu o presidente na Operação Lava Jato será sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, presidida por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), responsável pela definição da data da audiência que pode selar a indicação presidencial.
“Vocês já esperavam que eu iria indicar o Zanin. Ele se transformará em um grande ministro da Suprema Corte. Eu conheço qualidades de Zanin como advogado, chefe de família”, declarou Lula a jornalistas no Palácio do Itamaraty após reunião bilateral com o presidente da República da Finlândia, Sauli Niinisto.
Quem é Zanin?
Natural de Piracicaba, no interior de São Paulo, Zanin e sua esposa, Valeska Teixeira Zanin Martins, atuam na defesa de Lula desde 2013 e respondem pelo presidente em basicamente todos os processos criminais contra ele. Segundo levantamento feito pelo blog da colunista Malu Gaspar, 88 dos 135 processos de Zanin no tribunal são dedicados à defesa de Lula e da família do presidente, principalmente na Lava-Jato – 65,1% dos casos, todos iniciados a partir de 2015. Desses, 81 são relacionados só a Lula. Em outros 7, os clientes são os filhos, Fábio Luís e Luís Cláudio, e a ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em 2017.
Após a operação Lava-Jato, o advogado fez a representação jurídica da campanha eleitoral do petista no ano passado e participou da transição do governo, quando ficou responsável pela área de “cooperação jurídica internacional”.
Recentemente, o advogado também foi contratado para atuar na defesa da Americanas, no litígio com o banco BTG Pactual que se desenrola no Superior Tribunal de Justiça (STJ), e pela J&F, holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista, para rever seu acordo de leniência no âmbito das operações Carne Fraca e Lava-Jato.
Zanin também esteve à frente do processo de recuperação judicial da Varig. Na ocasião, atuou para um fundo norte-americano acionista da companhia. A tese fixada pelo STF, afastando a sucessão de dívidas para o comprador de ativos em recuperação judicial, é paradigma até hoje sobre a matéria.