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O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, em sua versão revista e atualizada, de 2023 (DSM-5-TR), compreende os seguintes critérios:
Um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, autoimagem e afetos e de impulsividade acentuada que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por cinco (ou mais) dos seguintes:
- Esforços desesperados para evitar o abandono (real ou imaginário);
- Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização;
- Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si mesmo;
- Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (gastos, sexo, abuso de substância, direção imprudente, compulsão alimentar);
- Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas, ou comportamentos autolesivos;
- Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor (irritabilidade, disforia episódica, mudanças bruscas de humor, ansiedade intensa com duração geralmente de poucas horas e apenas raramente de mais de alguns dias);
- Sentimento crônico de vazio;
- Raiva inapropriada ou intensa e dificuldade de controlá-la (desregulação emocional, atos raivosos e impulsivos, sarcasmo, rancor, explosões ou ataques verbais, mostras frequentes de irritação, brigas físicas recorrentes);
- Durante períodos de estresse intenso, podem ocorrer ideações paranoides transitórias ou sintomas dissociativos (despersonalização e desrealização).
De acordo com o descrito pela desenvolvedora da Terapia Comportamental Dialética, a DBT, Marsha Linehan (2010), o Transtorno de Personalidade Borderline, apresenta algumas características, a se observar:
- 75% são sexo feminino;
- 25% são do sexo masculino, e eles procuram menos por psicoterapia;
- Atinge de 1,6 a 5,9% da população;
- Estima-se que 11% de todos os pacientes psiquiátricos ambulatoriais e 19% dos pacientes psiquiátricos internados preencham critérios para o TPB;
- Entre os pacientes com TP, 33% dos pacientes ambulatoriais e 63% dos internados preenchem critérios para o TPB;
- 70 a 75% tem histórico de pelo menos um comportamento autolesivo, ou ato não suicida;
- São observadas alguns transtornos associados (comorbidades), tais como transtornos depressivos, transtorno bipolar, transtorno por uso de substâncias, transtornos alimentares, TEPT, TDAH, outros transtornos da personalidade;
- Padrão de atos autodestrutivos intencionais e tentativas de suicídio;
- De 70 a 75% dos pacientes com TPB tem um histórico de pelo menos um ato de comportamento autolesivo (podem não ser só cortes, mas também arranhões, batidas com a cabeça, queimaduras com cigarro, overdose, asfixia).
Kátia Beal
Psicóloga – CRP 04/36616