MODA EM 2023: AS MUDANÇAS QUE JÁ ACONTECERAM E TUDO O QUE VEM POR AÍ

O ano de 2022 foi tumultuado no mercado da alta moda com uma sucessão de acontecimentos inesperados, que incluíram dança das cadeiras entre diretores criativos, despedidas chocantes e escândalos de temática grave. A série de eventos alterou o cenário de forma radical, deixando muitas incógnitas e expectativas para a moda em 2023. Vou  refrescar a memória com todas as mudanças que rolaram, aproveitar e  falar um pouco sobre o que vale a pena ficar de olho nos próximos meses.

GUCCI

 

O fim da Era Alessandro Michele na Gucci:  Um dos maiores choques foi ocasionado pela shift na Gucci, que anunciou a saída de Alessandro Michele após 20 anos na casa, incluindo oito ocupando o cargo máximo. Após meses de mistério seu sucessor foi nomeado, Sabato de Sarno deixará o posto de fashion director das linhas de prêt-à-porter masculino e feminino da Valentino para assumir a posição. Aos 39 anos, De Sarno iniciou a carreira na Prada e estava na Valentino desde 2009. Sua primeira coleção será apresentada em setembro. A Gucci é responsável por 55% do faturamento anual do grupo Kering, portanto a responsabilidade será grande. Há poucos dias, a grife apresentou sua primeira coleção sem Michele durante a semana de moda masculina de Milão. Apesar de não ter contado com a participação de Sabato de Sarno, parece apontar para um novo caminho de menos excessos, tentando se despedir aos poucos do maximalismo nostálgico que virou sinônimo com a marca desde o início do reinado de Alessandro. O desfile não empolgou, aumentando ainda mais a expectativa pela nova era da grife de moda 2023 sob comando de De Sarno.

Balenciaga

 

Essa não foi a única situação que gerou alvoroço no grupo Kering, conglomerado de luxo que é dono da Gucci e também da protagonista do maior escândalo dos últimos tempos: a Balenciaga.  Acusada de fazer apologia à pornografia infantil em suas campanhas, a marca anda sumida, e terá que encontrar meios de reverter os seus erros que culminaram na situação atual, ainda mais com a decisão de manter Demna Gvasalia como diretor criativo. Resta saber qual será a estratégia para tentar reconstruir a reputação da maison e recuperar a confiança do público.

 

 

Louis Vouiton

 

Já no LVMH, grupo rival da Kering no mercado de luxo, o ponto de interrogação está voltado para o comando da linha masculina da Louis Vuitton, vaga em aberto desde o falecimento de Virgil Abloh em 2021. O último desfile, que aconteceu há poucos dias, foi assinado por Colm Dillane da Kidsuper como guest-designer. Especula-se que Dillane será oficializado no cargo, mas também há possibilidade da LV optar por esse formato especial alternando estilistas convidados a cada temporada. Estou curioso para ver o que a marca planeja para o mundo da moda em 2023.

 

 

Prada

 

Voltando os olhos para outro grupo poderoso, o Prada. Em Dezembro, Miuccia Prada e o marido Patrizio Bertelli deixaram os cargos de co-CEOs, mas ela segue firme no controle criativo da marca principal ao lado de Raf Simons. Ele, aliás, anunciou o fim da sua cultuada marca própria após 27 anos, alimentando rumores de que estaria em preparação para eventualmente assumir a Prada em formato solo. Será?

 

Tom Ford

 

Ainda no quesito business, tem bilionário novo no mundo da moda em 2023: Tom Ford vendeu a sua marca para o grupo Estée Lauder, em uma negociação avaliada em 2,8 bilhões de dólares.

Burberry

 

Troca troca na Burberry: Desde sua surpreendente saída da Bottega Veneta, após reviver o nome e transformar a linha de acessórios em bestseller, todos aguardavam ansiosos pelos próximos passos de Daniel Lee. A curiosidade foi parcialmente saciada em Novembro de 2022, com a revelação que o britânico é o novo chefe da Burberry e a aguardada estreia vai ocorrer mês que vem em Londres. Lee chegou para substituir Riccardo Tisci, o adorado estilista italiano que foi alçado à fama após transformar a Givenchy na primeira década do milênio. O período na Burberry foi marcado por coleções inconsistentes e dificuldade em estabelecer uma identidade. Assim como Michele, Tisci ainda não comunicou seu próximo destino, mas há quem diga que ele vá, finalmente, lançar sua própria marca. O rumor vem ganhando força já que ele andou assinando alguns looks sob medida para estrelas, como esse para Michaela Coel.

 

A próxima queridinha …

A nova queridinha? Todo mundo quer saber qual será a próxima marca tradicional a passar por um rebranding revolucionário e cair no gosto dos fashionistas e tudo aponta para Salvatore Ferragamo, graças ao novo diretor criativo, Maximilian Davis. O inglês de ascendência Jamaicana e Trinitária-Tobagense, despontou na cena alternativa londrina, mas seu nome continuou pouco conhecido no mainstream, fato que deverá mudar em breve . Apontado diretor criativo da Ferragamo no ano passado, seu primeiro desfile, apresentado na Milão Fashion Week em outubro, foi sucesso de crítica, inaugurando uma nova era para a grife de acessórios. Davis juntou seus códigos de alfaiataria poderosa, predileção por tonalidades fortes e espírito provocativo adorado por celebridades como Rihanna e Dua Lipa à excelência de matérias-primas impecáveis e técnicas artesanais características da casa italiana. A parceria promete.

Comeback

Já o recomeço mais esperado previsto para a moda em 2023 é o retorno de Phoebe Philo. Com o lançamento de sua própria marca independente, apesar de nenhuma data ter sido confirmada, a torcida é que ocorra finalmente esse ano.  Há 5 anos afastada dos holofotes desde sua saída da Celine, até hoje ninguém mais foi capaz de reproduzir sua sensibilidade para vestir a mulher moderna de forma intuitiva, prática, versátil e incrivelmente interessante, a prova é que suas coleções icônicas para Celine continuam sendo mega disputadas no mercado de revenda. Dedos cruzados para que ela volte logo.

 

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