Ex-ministro de Bolsonaro, Torres é preso em Brasília

Acusado de omissão e conivência que teriam facilitado os ataques de bolsonaristas radicais às sedes dos Três Poderes no domingo, o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, foi preso neste sábado após chegar ao Brasil.

O ex-ministro estava de férias em Orlando, nos Estados Unidos, mesma cidade onde se encontra o ex-presidente Jair Bolsonaro, muito próximo de Torres. Ele chegou neste sábado a Brasília.

Determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e chancelada pela maioria do plenário da corte, a prisão de Torres ocorreu após o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, apontar “as diversas omissões, em tese dolosas, praticadas pelos responsáveis pela segurança pública no Distrito Federal e que contribuíram para a prática dos atos terroristas” de 8 de janeiro na capital federal.

Ao cumprir mandado de busca e apreensão na casa do ex-ministro no âmbito da decisão de Moraes, a Polícia Federal encontrou em um armário uma minuta de decreto para instaurar um “estado de defesa” na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de forma a abrir caminho para mudar o resultado da eleição do ano passado, em que Bolsonaro foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo Torres, o documento foi “vazado fora de contexto” após ser apanhado quando ele não estava em sua residência, e provavelmente integrava pilha de papéis para descarte. “Tudo seria levado para ser triturado oportunamente”, afirmou o ex-ministro em postagem no Twitter.

Ao tomar conhecimento de ordem de prisão preventiva de Moraes, Torres publicou na terça-feira também no Twitter que iria interromper suas férias e retornar ao Brasil para se apresentar à Justiça. O ministro da Justiça, Flávio Dino, havia dado prazo até segunda-feira para Torres retornar, ou daria início aos procedimentos para extradição.

Torres também é alvo, ao lado de Bolsonaro, de pedido de abertura de inquérito apresentado pelo líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), dessa vez para que seja apurada a conduta do ex-ministro e do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado devido à minuta de decreto.

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