O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma síndrome neurológica e comportamental caracterizada principalmente pelo prejuízo persistente na comunicação social recíproca e na interação social,bem como a presença de padrões restritivos e repetitivos de comportamento,interesses ou atividades.
Vendo um assunto de tamanha importância e ainda desconhecido por algumas pessoas em relação a seletividade alimentar, quero compartilhar com vocês um pouquinho sobre esse fantástico tema que sou apaixonada e no qual já trabalho a oito anos dentre outras especialidades.
Então te convido a vir comigo!
As crianças com o transtorno do espectro autista apresentam diariamente uma seletividade alimentar,visto que o comportamento repetitivo e interesse restrito podem ter papel importante na recusa e resistência ao novo.E é aí a importância de estar sendo não só a criança mas toda a família acompanhada por um profissional nutricionista junto com uma abordagem multidisciplinar.
A alimentação equilibrada e adequada* para autistas pode proporcionar melhora da interação do paciente com os familiares e amigos,melhora do foco,concentração e atenção,melhora da comunicação e maior contato visual,controle de crises de raiva e reações de pânico desconhecidos e incremento da linguagem oral.Este transtorno do espectro autista é uma condição caracterizada pelo comprometimento das habilidades sociais e comportamentais,além de sintomas gastrointestinais, intolerâncias alimentares e deficiências nutricionais.
Foto:Conexão Safra
São muitas as estratégias de terapia nutricional para TEA,mas irei citar algumas principais delas,bem como as melhorais nos sintomas do autismo que elas são capazes de promover.
1.Alimentação natural para quem tem autismo
Ao longo da prática as atuais abordagens dietéticas recomendam evitar ou eliminar os agentes possivelmente causadores de TEA,tais como aditivos alimentares,(conservantes,corantes,adoçantes artificiais),pesticidas,organismos geneticamente modificados,e alto consumo de açúcar e alimentos refinados.Estes devem ser substituídos na medida do possível por uma dieta orgânica,sem aditivos químicos e com alto consumo de alimentos frescos e in natura.
2.Consumo probióticos
Existe uma quantidade crescente de evidências que propõem que a microbiota intestinal influencia o desenvolvimento e o funcionamento normal do sistema nervoso,além de ser um agente facilitador de doenças neuropsíquicas.Assim a suplementação de probióticos foi identificada como uma estratégia poderosa mas seu consumo também pode ser através da alimentação.
3.Dietas sem glúten e sem caseína
Isso ocorre, pois a digestão destes dois nutrientes libera peptídeos opióides que levam à diminuição de GSH, um agente radioprotetor e antioxidante, gerando estresse oxidativo e liberação de citocinas que contribuem para a inflamação do trato gastrointestinal, bem como sintomas de desconforto nos pacientes.Em um estudo de coorte randomizado recente, uma dieta sem glúten, sem caseína e sem soja por 12 mesescom suplementos adicionais, foi eficaz na melhoria do estado nutricional e do quociente de inteligência não verbal na maioria dos indivíduos com TEA.
4.Dieta cetogênica
A dieta é um tipo de alimentação terapêutica que tem alimentos ricos em lipídios,moderação de proteínas e presença menor de carboidrato, resultando no metabolismo de gordura como fonte primária de combustível.Sugere-se que ela possa alterar a composição microbiana intestinal, e assim melhorar os sintomas neurológicos.
5.Dieta de carboidratos específicos
Esta dieta tem como objetivo reduzir os sintomas da má absorção de carboidratos complexos e o crescimento da microbiota intestinal patogênica.
6.Aumento de micronutrientes
A suplementação de micronutrientes também tem sido indicada como uma estratégia promissora.é possível notar que pacientes que fazem uso da suplementação de ácido fólico resultou uma melhora na comunicação verbal , enquanto o aumento dos níveis de vitamina C gerou uma redução significativa do estresse oxidativo.
Foto:Faculdade Laboro
Além disso cabe salientar que não existem curas milagrosas para a doença,muito menos provenientes de alimentos,o que pode haver é uma diminuição nos sintomas,Por isso tais estratégias devem ser implementadas como um complemento às terapias tradicionais ,e não como uma substituição.
Estas intervenções nutricionais trazem benefícios com relação ao suporte neurológico, para que o paciente avance nas demais terapias, melhorando sintomas gastrointestinais encontrados em mais da metade dos pacientes dentro do espectro.Tudo isso dito acima proporciona um melhor suporte nutricional para aguentarem os medicamentos prescritos, quando necessário, obtendo melhor efeito, uma vez que as vias neurológicas dependem de nutrientes. Além disso, a intervenção nutricional também aumenta a gama de alimentos ingeridos e controla a compulsão alimentar.
Finalizando destaco a importância do acompanhamento nutricional além do suporte o paciente e família devem ter acesso a toda uma equipe multiprofissional.Eles também precisam ser orientados não só com relação a saúde mas também acerca dos direitos e especificidades que este indivíduo tem como autista.
Espero que tenham conhecido de forma clara e objetiva a importância da nutrição no TEA !
Agora compartilhem.
Um grande abraço da Nutri!!
Maria Angélica Tillmann
Nutricionista-CRN/MG8696