Mas afinal, o que é retinoblastoma?

Foto: Divulgação
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Doença ganhou destaque na mídia, após a filha do apresentador Tiago Liefert ser diagnosticada

Muitas pessoas ainda não sabem para que serve o teste do olhinho e o porquê levar as crianças pequenas ao oftalmologista. E esta aí um dos motivos. A detecção precoce do retinoblastoma.

O retinoblastoma é um tumor maligno raro. Estima-se que cerca de 300 a 400 crianças no Brasil sejam acometidas por ano. Porém é um tumor muito agressivo, e se não tratado em momento oportuno, por sua tendência de invadir o sistema nervoso central, levando a criança ao óbito.

Normalmente, o retinoblastoma  afeta crianças até os 4 anos de vida e a condição pode afetar um ou ambos os olhos, em geral causado por uma mutação genética.

Esse tumor maligno se origina na retina, camada que reveste a parte interna do olho, que tem as células responsáveis pela visão. Em um certo momento essas células começam a multiplicar-se de forma desorganizada, formando uma lesão branca no fundo do olho.

Nos estágios iniciais, em geral a criança aparenta normalidade, não apresentando nenhuma alteração ocular, e por isso a consulta oftalmológica de rotina nos primeiros anos de vida e a repetição do teste do olhinho pelo pediatra nas consultas de puericultura é tão importante. Caso o tumor seja maior, pode manifestar como:

– Leucocoria: mancha branca no centro da pupila

– Estrabismo: o tumor pode diminuir a visão e fazer com que o olho desvie

– Pupila aumentada ou dilatada

– Olhos vermelhos, doloridos e inflamados

– Olhos “saltados”

O diagnóstico do retinoblastoma é através do exame do fundo de olho com as pupilas dilatadas, e na suspeita o exame deve ser feito sob sedação para melhor avaliação da retina.

Outros exames como ultrassom e ressonância magnética ajudam no estadiamento da doença e a criança será acompanha por uma equipe multiprofissional em centro especializado.

A maioria dos pacientes com retinoblastoma são os primeiros membros da família a desenvolver o tumor, que representam cerca de 70% dos casos. Esses são os casos esporádicos, no qual uma célula sofre mutação e passa a multiplicar de forma desorganizada. Os outros 30% são os casos hereditários (tumores bilaterais), causado pela mutação no gene Rb1, presente em todas as células do corpo da criança. Se houver um caso na família, todos os irmãos e pais de crianças com retinoblastoma devem fazer acompanhamento oftalmológico.

O tratamento do retinoblastoma teve grandes avanços nas últimas décadas, aumentando as chances de preservação do globo ocular e da visão, mas o prognóstico depende do início do tratamento, do tamanho do tumor e se existem ou não metástases. O foco principal do tratamento é sempre eliminar o câncer e salvar a vida da criança.

Por isso leve sempre seu filho ao oftalmologista nos primeiros anos de vida. É recomendado a criança repetir o exame oftalmológico completo entre 6 a 12 meses de vida, após os 3 anos e 5 anos de idade , em crianças saudáveis.

 

Dra. Letícia Neves – Oftalmologista 

 

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