Os desafios e funções do sindicato que apoia as organizações do terceiro setor
Após assumir a direção e conseguir resolver os problemas financeiros que a instituição que possuía, uma dívida considerada impagável, a psicopedagoga, Elaine Clemente, 57 anos, mãe de uma filha e avó de um neto, resolveu fundar o SINIBREF – Sindicato das Instituições Beneficentes, religiosas e filantrópicas, com o intuito de servir como um farol para outras instituições.
Com 21 anos de fundação e atuando em 23 estados do Brasil, o sindicato tem como função potencializar o trabalho das instituições, estabelecer as convenções coletivas de trabalho, representar politicamente as instituições e, juntamente ao sindicato de trabalhadores, definir qual será a política financeira da instituição em relação às suas obrigações com os seus empregados.
Além de ser fundadora e presidente de uma instituição, que em sua maioria é composta por homens, Elaine já trabalhou em diversos ramos como instrutora de treinamento em um atacadista; motorista de caminhão, cantora da noite, modelo de passarela e coordenadora da secretaria de desenvolvimento social. “O mundo sindical e de parte dos demais trabalhos que já vivenciei é um mundo muito masculino, então nós mulheres precisamos provar o tempo todo que somos capazes de fazer a gestão. Eu sempre provo que com esse olhar feminino aflorado que é possível realizar as funções que me cabem. E como diz o ditado, não temos uma segunda chance de causar uma primeira impressão, por isso sempre chego chegando, não me mostro ser uma pessoa fraca.”
Vivendo em um mundo em que as mulheres não podem ter medo de nenhum desafio, ela considera que ter conseguido criar a sua filha para ser uma pessoa do bem, que possui valores, mesmo tendo se separado muito cedo e trabalhado durante a noite e viajando, independente de qualquer conquista profissional, é a sua maior vitória.
A psicopedagoga diz que para conseguir forças para enfrentar toda cobrança que lhe é feita, ela pensa nas pessoas que podem ser prejudicadas caso ela falhe em suas ações e acredita que no mundo no qual vivemos o mínimo que podemos fazer ao próximo é nos doar mais, até porque, de acordo com ela, pensar grande e pensar pequeno dá o mesmo trabalho.
Com garra, Elaine está ciente dos desafios que, diariamente, a sociedade tem que enfrentar, mas garante que dentre eles o maior é conseguir manter uma boa relação com as pessoas, respeitando o momento de cada uma e sempre buscando o amadurecimento. Ela também presta agradecimentos a revista e aconselha as mulheres da nossa cidade. “Me surpreendi ao ser indicada por ter uma atuação em nível nacional, admiro demais a revista, que se mostra uma revista com conteúdo de verdade. Ao conhecer as demais candidatas tive a certeza de que já era vitoriosa por estar concorrendo com elas… Se orgulhem mulheres, não apenas pelo fato de serem mulheres, mas pela atuação que vocês têm sendo mulheres, pelas influências que vocês podem fazer, ter e exercer sendo uma mulher.”