Prefeitura anuncia projeto para reduzir impactos da chuva na Rondon Pacheco

Foto: Divulgação/PMU
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Dando sequência às ações para mitigar os efeitos das fortes e intensas chuvas na cidade, a Prefeitura de Uberlândia vai dar início a um novo projeto de drenagem pluvial. Em anúncio feito na tarde desta quarta-feira (9), o prefeito Odelmo Leão apresentou o cronograma para otimizar o sistema de captação da água da chuva e, assim, reduzir em quatro vezes o impacto da chuva na avenida Rondon Pacheco.

Por meio do programa Buriti Cidade, estão entre as principais medidas adotadas a construção de quatro novas represas ao longo do Córrego Lagoinha e redes auxiliares. Além disso, haverá a instalação de sensores de alerta na galeria subterrânea da avenida Rondon Pacheco ligado a alertas visuais instalados nos postes da via.

“O projeto que estamos apresentando agora começou a ser elaborado ainda no primeiro semestre de 2020. Nesse meio tempo, fizemos um estudo de toda a Bacia do Córrego Lagoinha e, assim, desenvolvemos essa proposta, que inclui as represas e 20 km de redes auxiliares para conter a água da chuva que desce da região dos Parques Santa Luzia e Camaru diretamente na avenida Rondon Pacheco. Ainda durante esses estudos, seguimos com outras obras para mitigar os efeitos da chuva. Em nenhum momento ficamos parados, mas o desafio, como vocês podem ver, não é pequeno”, disse o prefeito.

Para a implementação de todo o projeto, está previsto um investimento de cerca de R$ 30 milhões. Parte do recurso, R$ 18 milhões, deverão se originar do repasse do acordo firmado entre Governo de Minas e a mineradora Vale em reparação ao rompimento da barragem de Brumadinho. O restante do valor será composto de recursos próprios e/ou financiamento.

A licitação para a início da construção das represas deve ter início entre final de fevereiro e março deste ano. A expectativa é concluir o cronograma em até 24 meses após o processo licitatório.

Com as intervenções, espera-se que o volume de água que deságua na avenida Rondon Pacheco, próximo ao Rio Uberabinha, reduza da média atual em chuvas extremas, de 180 mil litros por segundo, para 46 mil litros por segundo. A ideia é aproveitar o curso natural do Córrego Lagoinha e a mata ciliar existente para aumentar a absorção da água pluvial no perímetro urbano.

 

O que o projeto prevê

Aproveitando o relevo em declive de mais de 100 metros do bairro Santa Luzia até a Rondon Pacheco, a Prefeitura de Uberlândia vai construir quatro represas em cascata em áreas naturais no curso do Córrego Lagoinha. A primeira represa de contenção será próxima à rua Jaime Barros e vai aumentar a capacidade de retenção de água pluvial de 6 mil metros cúbicos (m³) para 21 mil m³.

Quando o nível da água subir nessa primeira represa, o volume de água seguirá, devido à gravidade, para a segunda represa, da Rua Vasco Mascia. Nesse ponto, a capacidade é para 33 mil m³. A próxima parada será na represa da rua Saldanha Marinho.

Para a terceira represa, a rua Saldanha Marinho será elevada em mais 1,70 metro de altura, possibilitando a criação de uma barragem com 4 metros de profundidade e capacidade para 180 mil m³. Essa barragem será ligada, por baixo da pista, por duas galerias de 3 metros por 3 metros com a quarta represa do sistema, que será construída dentro do parque do Camaru, na rua João Mendes.

A quarta represa, por sua vez, terá capacidade para receber 53 mil m³, sendo ligada por novas galerias subterrâneas até o deságue controlado no leito natural do córrego Lagoinha. Depois, esse fluxo controlado de águas seguirá o percurso natural, unindo-se ao Córrego Mogi até chegar nas galerias da Rondon Pacheco.

Paralelamente a essas obras, serão construídos 20 km de redes auxiliares e galerias nas represas. Serão implementados ainda dissipadores de energia para evitar a erosão dessas estruturas.

Sistema de alerta

Outra novidade será implementada junto à Engie, empresa vencedora da parceria público privada (PPP) para modernização do sistema de iluminação pública de Uberlândia. Junto ao sistema de telegestão, que começou a ser implementado no setor para gestão remota de 20% dos postes de luz até o final de 2022, a Prefeitura vai instalar um sistema de monitoramento eletrônico 24 horas nas galerias da avenida Rondon Pacheco.

Por meio desse recurso, sensores vão captar o nível de água pluvial nas galerias e emitir alertas visuais ao longo da avenida. Dessa forma, haverá alerta amarelo para recomendar atenção e vermelho para indicar saída imediata da pista. Mais de 100 postes contemplados pela PPP, percorrendo os mais de 6km de extensão da via, contarão com essa tecnologia de sinal luminoso.

Reduzindo o impacto da chuva

O trabalho da Prefeitura de Uberlândia para conter o impacto das fortes chuvas não começou agora. Nas ações para que o percurso natural da água da chuva seja dissipado até a Rondon Pacheco, foi construída, ainda na segunda gestão do prefeito Odelmo Leão, em 2011, a segunda galeria de drenagem pluvial da Rondon Pacheco, entre a rua Ana Carneiro e a BR-050. A obra foi contemplada pelo programa Uberlândia Integrada I.

Paralelamente a esse sistema, foram construídas as redes auxiliares de captação da água da chuva nos bairros Brasil, Tibery, Custódio Pereira e Santa Mônica para levar até as galerias da Rondon e a represa do Parque do Sabiá. Assim, os alagamentos durante precipitações extrema foram reduzidos na avenida Anselmo Alves dos Santos e parte alta da avenida.

A partir de 2017, quando retornou à frente da gestão municipal, Odelmo Leão deu continuidade às ações para mitigar os efeitos da chuva na infraestrutura da cidade. Seguindo com o Uberlândia Integrada I e II, a Prefeitura investiu em obras de drenagem na avenida Getúlio Vargas e no bairro São Lucas. Ainda está em fase de construção o bolsão de contenção de água pluvial no bairro Morumbi.

A Prefeitura também iniciou, por meio do Departamento Municipal de Água e Esgoto, o programa Buriti Cidade, que tem o objetivo de recuperar os córregos que passam pelo perímetro urbano. Devido a essa inciativa, o Córrego Lagoinha recebe ações de recuperação da mata ciliar, limpeza e desassoreamento desde janeiro de 2021. Portanto, essa é outra frente para melhorar a capacidade do córrego em absorver a água pluvial.

Revista Soberana

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