Proerd – O programa que nasceu nos Estados Unidos e ajuda milhões de crianças no Brasil
A 9ª Região da Polícia Militar (RPM), com sede em Uberlândia-MG, possui 18 instrutores no programa
Mesmo após anos da formação no Proerd, muitos adultos ainda se recordam do mascote ou da música tema do programa. Isso mostra o quanto ele faz diferença na vida de milhares de pessoas. O Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência foi criado em conjunto por uma professora e psicopedagoga com o Departamento de Polícia de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 1983. Hoje, o Proerd já ajudou e atendeu mais de três milhões de pessoas, sendo crianças, adolescentes e pais, de acordo com dados da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).
O Proerd é um trabalho feito em conjunto com a PM, a escola e a família de milhares de crianças e adolescentes, com o objetivo de ensiná-las a tomar boas decisões de vida. O resultado do projeto foi tão positivo no exterior que a metodologia foi levada para vários cantos do mundo, como o Brasil, onde é aplicado por policiais militares com formação em pedagogia.
Um dos instrutores da 9ª RPM, Sargento Valberte de Sousa, conta que o projeto dá apoio para as crianças no sentido de mostrar para elas o tamanho da responsabilidade que elas têm nas mãos, além de ajudá-las na autoestima, comunicação e entendimento de mundo. O intuito é evitar que os alunos caiam no mundo das drogas ou tenham outros comportamentos perigosos para o futuro deles.
“O Proerd segue um roteiro rígido. É uma marca americana e nós ganhamos a chancela para trabalhar com o currículo. Hoje, nós trabalhamos com o ‘Keeping it REAL’, ou ‘Caindo na REAL’, que é um currículo criado pela Universidade Estadual da Pensilvânia. Foi feito um trabalho e estudo em cima disso, houve acompanhamento de especialistas e aí formaram uma cartilha para ajudar na realidade das crianças que nós trabalhamos”, disse o Sargento Valberte.
De acordo com as últimas estatísticas divulgadas pela PMMG, o Proerd atende aproximadamente 200 mil pessoas por ano no estado. Apesar de também realizarem ações voltadas para os pais, o foco do projeto é trabalhar com crianças e adolescentes de 4 a 14 anos, idade em que eles estão formando o pensamento crítico e começando a entender melhor sobre o certo e o errado.
“Trabalhamos com as crianças menores de forma lúdica, com cartazes bem coloridos e ensinando noções de cidadania e segurança. Com os alunos a partir do 5º ano, nós trabalhamos com o modelo de Tomada de Decisão. Através de uma troca de informações, eu levo histórias reais para debater e trabalho com eles as possibilidades que poderiam acontecer em certas situações. Eles definem o que deveria ser feito e depois avaliamos juntos se foi a melhor forma de resolver. Com isso, nós os direcionamos a ter uma atitude correta”, explica o instrutor.
Essa troca com os alunos é fundamental para o futuro deles, além de ajudar a encontrar indícios de que algo pode estar errado com a criança ou adolescente. O Sargeto Valberte conta que consegue perceber muito do que a criança passa com a forma como ela lida com as aulas. Ele também dá apoio na comunicação da meninada ao perceber que alguns estudantes estão mais tímidos e com medo de falar.
“Às vezes a gente identifica que algum aluno precisa ser ajudado e nós buscamos dar esse apoio. Abordamos vários temas com eles, como a pressão, tensão, bullying, formas de comunicação, álcool e cigarro. Fazemos encenações para deixar as crianças à vontade e nos aproximar deles”, conta o policial.
Em uma das aulas, os estudantes fazem uma redação ou um desenho contando um pouco sobre o que aprenderam com o Proerd. Quando a aplicação do curso é finalizada, os melhores textos e artes são premiados, e as turmas do 5º ano ganham uma formatura para celebrar a participação no programa.
O resultado dessas aulas é o que leva tantas pessoas a admirarem o Proerd e quererem participar. Em mais de 5 anos trabalhando como instrutor, Sargento Valbert diz que se sente realizado. “Eu tenho resultado de pais que pararam de fumar por conta das minhas aulas, de criança que era muito tímida e melhorou”, finalizou o policial, que revelou também que é até reconhecido na rua por ex-alunos, que o tratam como um amigo e o agradecem.
Darah Gomes I Redação