Instituto Carrossel atua no combate a pedofilia e violência infantil
A ONG criada em Uberlândia no ano de 2007 recebeu o nome em função de uma operação da Polícia Federal
Com o objetivo de alertar e informar a população sobre os principais casos de violência e pedofilia infantil, Danusa Biasi criou, em 2007, o Instituto Carrossel, nome originado de uma operação policial, na época a primeira de combate à pedofilia com base em informações obtidas pela própria Polícia Federal.
“Participei de uma Perícia no computador de um professor preso por abusar da enteada de cinco anos. Na época, eu cursava Pós-Graduação em Perícia Criminal,” diz Danusa Biasi.
Atuando no país todo, a ONG realiza palestras, eventos e capacitações com equipes. “Nesses quase 15 anos na luta contra o abuso e exploração sexual infantil, percebemos que a prevenção é a melhor forma de combater a pedofilia. Por isso, alertamos a população através de ações e recebemos denúncias através de e-mails, telefonemas, nas redes sociais, além de oferecermos cursos de capacitação para professores, pais e até crianças. Nosso trabalho está ligado as escolas também, que são nossos maiores aliados”, afirma Danusa.
Hoje, o Instituto Carrossel é responsável por direcionar os casos as reais necessidades. Danusa explica que dependendo das situações, o Instituto atua lado a lado cobrando soluções e respostas dos órgãos competentes. “Há denúncias que precisam de advogados, outras de apoio psicológico, conselho tutelar, promotoria, polícia. Cada caso requer uma atuação diferente”.
Sem subsídios do Governo, a ONG Carrossel se mantém com doações de amigos que acreditam e confiam na seriedade do projeto. Existe também a possibilidade de ajudar comprando camisetas da campanha pelo site: www.tcbrasil.com.br
Sobre os inúmeros casos que chocam nossa sociedade todos os dias alguns até com projeção à nível nacional, Danusa explica sobre a sensação em atuar na linha de frente. “Nesses anos todos não tem como não ficar estarrecida com cada caso de abuso sexual que vejo. Dentre todos os crimes hediondos que vemos, esse sem dúvida, é o pior. Quem assiste um vídeo ou vê fotos de uma criança sendo abusada não esquece nunca mais”.
Em função da pandemia da Covid-19, os trabalhos da ONG estão sendo realizados apenas pelas redes sociais. “Infelizmente essa pandemia nos trará sérias consequências, os professores devem estar atentos a volta às aulas, pois os casos aumentaram consideravelmente. Recebemos as denúncias e direcionamos aos órgãos competentes, fazemos lives para alertar, temos uma parceria com a psicóloga Carol Nascimento, que faz atendimento on-line para crianças, e a Dra Thaís Clemente que nos auxilia nas palestras para adultos e a advogada Juliana de Castro”.
Sobre formas de denunciar casos de violência infantil, Danusa explica as diversas formas existentes atualmente.
– POLÍCIA MILITAR: Em casos de flagrante, a Polícia deve ser acionada imediatamente.
– CONSELHOS TUTELARES: Os Conselhos Tutelares foram criados para zelar pelo cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes. A essas entidades cabe receber a notificação e analisar a procedência de cada caso, visitando as famílias. Se for confirmado o fato, o Conselho deve levar a situação ao conhecimento do Ministério Público.
– VARAS DA INFÂNCIA E JUVENTUDE: Em municípios onde não há conselhos tutelares, as Varas da Infância e Juventude podem receber as denúncias.
– DELEGACIAS DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE: Delegacias da Mulher também podem receber queixas de violência contra crianças.
– APLICATIVO PROJETA BRASIL: Disponível para download nos celulares das plataformas Android e iOS. Com apenas alguns cliques, o usuário consegue apresentar a queixa à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos de maneira fácil, rápida, anônima e segura.
– APLICATIVO DIREITOS HUMANOS BR: O aplicativo é a nova plataforma digital do Disque 100 e Ligue 180 para receber denúncias, solicitações e pedidos de informação sobre temas relacionados aos direitos humanos e família, incluindo a violência sexual contra crianças e adolescentes. É gratuito, anônimo e seguro.
Jadir Júnior | Redação